A Netflix tem, aparentemente, uma das melhores ofertas de trabalho do mundo para os amantes de séries e filmes. A empresa paga cerca de 10 dólares por episódio às pessoas para que estas encontrem o melhor frame representativo da obra para que seja utilizado como miniatura na interface do serviço, entre outras coisas.
Mas, o que à partida poderia ser um emprego de sonho é, segundo alguns dos trabalhadores, uma verdadeira exploração de trabalho.
A grande maioria de nós gosta de ver uma série ou um filme no fim de um dia de trabalho. Aliar esse gosto à possibilidade de obter um rendimento extra parece bastante aliciante. Isso foi o que muita gente pensou perante o projecto Beetlejuce da Netflix.
No Beetlejuce as pessoas são pagas para assistir a filmes e séries do serviço para, entre outras funções, descobrir a melhor imagem que represente o mesmo. Por cada episódio assistido, os participantes deste projecto, que trabalham como prestadores de serviços, ganham cerca de 10 dólares.
Tudo isto parecia perfeito, não fossem as metas impostas pela Netflix. Segundo relatam alguns dos colaboradores do Beetlejuce, as metas são de tal forma exigentes que tiveram que abdicar dos seus empregos fixos para as conseguir cumprir.
Lawrence Moss e Cigdem Akbat foram dois dos prestadores deste serviço que abdicaram dos seus empregos em detrimento das séries e filmes da Netflix que garantem que, para cumprir as metas impostas, tiveram que passar mais de 40 horas semanais a assistir aos episódios. Sendo este trabalho uma prestação de serviço, os colaboradores não têm quaisquer benefícios laborais como férias ou pagamento de horas extraordinárias.
Estes dois colaboradores, ao mostrarem o seu descontentamento perante as condições de trabalho e a informação de que já tinham largado os seus empregos fixos, acabaram por ser dispensados pela Netflix. Perante esta dispensa, os dois envolvidos já estão a processar a empresa.