Certamente que se lembram de um dos maiores atentados à natureza que ocorreu perto da nossa costa com o petroleiro Prestige, com 77 mil toneladas de fuelóleo que naufragou em 2002 a 28 milhas da costa galega de Finisterra, Espanha, ameaçando provocar uma ‘maré negra’ na região, podendo mesmo chegar à nossa costa.
Pois bem, este foi o que de mais perto nos assustou, mas um dos piores do mundo foi o ocorrido no Golfo do México, em 2010 e onde, aproximadamente, cinco milhões de barris de petróleo foram derramados para o oceano… como se limpa isto do mundo?
Depois de dezenas e dezenas de acidentes destes terem castigado o planeta, vários organismos foram impelidos para desenvolver uma solução que pudesse ser aplicada de forma rápida e eficaz.
Os mais recentes avanços chegam pela mão dos cientistas do Departamento de Energia dos EUA (DOE). A Argonne National Laboratory inventou uma nova espuma, chamada Esponja de Óleo, que aborda este problema. O material não só absorve facilmente o óleo da água, mas também é reutilizável e pode puxar o óleo disperso de toda a coluna de água, não apenas à superfície.
A Esponja de Óleo oferece um conjunto de possibilidades que, até onde sabemos, são sem precedentes.
Referiu o co-inventor Seth Darling, cientista do Centro de Nanoscale Materials da Argonne e membro do Instituto de Engenharia Molecular da Universidade de Chicago.
A equipa de investigação tem já uma biblioteca de moléculas que podem agarrar o óleo, mas o problema para já é saber como colocar essa esponja numa estrutura útil e colocar as mesmas de forma permanente.
Os cientistas começaram a utilizar inicialmente espuma de poliuretano comum, de utilização convencional, que se usa praticamente em tudo, no isolamento nas habitações, para servir de almofadas no mobiliário, etc. Esta espuma, mesmo tendo uma utilização barata, precisava depois de um novo químico na superfície para fixar firmemente as moléculas que atraem o óleo.
Anteriormente, Darling e o químico Argonne Jeff Elam desenvolveram uma técnica chamada síntese de infiltração sequencial, ou SIS, que pode ser usada para infundir átomos de óxido de metal duro dentro de nanoestruturas complicadas.
Após algumas tentativa e erro, os investigadores encontraram uma forma de adaptar a técnica para fazer crescer uma camada extremamente fina de óxido de metal “inicial” perto de superfícies interiores da espuma. Isso serve como cola perfeita para anexar as moléculas que atraem o óleo, estas são depois depositados numa segunda etapa.
O resultado é a Esponja de Óleo, um bloco de espuma que facilmente absorve o óleo da água. O material, que se parece como uma trivial almofada, pode ser torcida para ser reutilizada e o óleo em si recuperado.
Os investigadores estão a desenvolver mais esta técnica que pode ser utilizada nos portos para limpar os resíduos de combustível (além do petróleo) deixados pelos cargueiros, pode ser usada nas catástrofes em alto mar, as chamadas marés negras, e pode ter outro tipo de utilização dirigida a outras necessidades de limpeza.
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