Mais de 80% dos acessos à Internet através da rede de anonimato Tor estão relacionados com pornografia infantil.
No mundo da Internet oculta, a pedofilia consegue atrair muitas mais visitas do que o mercado de drogas ou sites de denúncias, revela um estudo levado a cabo pela Universidade de Portsmouth.
A Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, através do investigador Gareth Owen, infiltrou-se na rede Tor durante 6 meses com o objectivo de perceber e conhecer melhor este “universo oculto”. Os resultados foram apresentados durante o Congresso Chaos Computer que se realizou na Alemanha.
Os resultados são surpreendentes e inquietantes, na rede Tor apenas 2% de todo o conteúdo “oculto” refere-se a material relacionado com pedofilia, de um universo de cerca de 45 mil sites, contudo, esta pequena percentagem absorve cerca de 83% de todo o tráfego da rede.
É evidente que o número de sites na rede relacionados com pedofilia é uma ínfima parte de todos os que existem em toda a Internet, o que não deixa de ser preocupante, já que existe uma boa parte dos utilizadores que irá continuar a agir neste meio sem qualquer rasto e consequente impunidade.
Uma particularidade deste tipo de sites na rede Tor prende-se com o facto de terem um tempo de vida média muito curto. Durante seis meses de investigação, apenas um sexto dos sites que estava online em Março, estava ainda disponível em Setembro.
Na mesma investigação, concluiu-se que os sites relacionados com droga correspondia a cerca de 24% dos sites ocultos mas apenas retinham 5% de todo o tráfego.
Os sites de denúncias, como o SecureDrop ou Globaleaks, representam 5% do sites nesta rede, mas são utilizados por menos de 0,1% dos utilizadores da rede.
O Director Executivo do Tor, Roger Dingledine, questionado sobre o assunto, refere que o tráfego de mais de 80% absorvido pelos sites de pedofilia poderá estar repartido entre visitantes utilizadores do conteúdo bem como activistas, grupos de anti-abuso e até mesmo polícia que queiram combater este crime.
Via: The Verge