“O Facebook dá a cara” foi o título do evento organizado pela agência de media MediaGate ontem, no Casino de Lisboa, e que trouxe Irene Cano, Country Manager do Facebook em Portugal e Espanha, assim como o CEO da MediaGate, com o objectivo de lançar o novo portal LigateàMedia.
Este evento reuniu profissionais, professores e estudantes da área dos media e contou com a apresetação do novo portal, um jantar e culminou realização peça de teatro “Apanhados na Rede” que tem tudo a ver com o tema abordado. Saiba todos os pormenores acerca deste evento.
Depois de receber o típico “media kit”, fui encaminhada para a sala “Clube Voyeur” do Casino Lisboa. Achei curioso o nome da sala, mas nada faria prever a presença de duas “meninas” da Penthouse completamente despidas, cujos uniformes não passavam de simples pinturas sobre a pele. Literalmente.
Ao que parece, o mote desta campanha da Mediagate consiste em “pôr tudo a nu”, daí o patrocínio da Penthouse, cujas meninas iam oferecendo exemplares da revista deste mês a quem por ali passava, para “grande” embaraço dos transeuntes.
Após um agradável vinho do Porto e convívio entre os participantes, eis que um representante da agência de media portuguesa Mediagate dá início à apresentação deste evento destinado ao lançamento do portal LigateàMedia.
Segundo a sua explicação, a ideia deste portal nasceu a partir dos encontros informais entre os membros do “Clube dos Embaixadores”, um clube restrito aos representantes de cada empresa de media. Os chamados “embaixadores” reúnem-se uma vez por mês em almoços informais e discutem ideias e perspectivas acerca dos media em Portugal.
Este projecto está naturalmente em “versão beta” mas pretende ser, acima de tudo, inclusivo, incluindo não só as agências de publicidade, mas também os clientes e os cidadãos interessados.
O Facebook dá a cara
Irene Cano, Country Manager do Facebook em Portugal e Espanha, veio a este evento fazer uma pequena apresentação acerca dos desafios do Facebook para o futuro e a sua relação cada vez mais importante com os media.
Irene começou por indicar alguns dos números bem conhecidos do Facebook – os famosos 500 milhões de utilizadores – contando apenas com os utilizadores que tiveram pelo menos uma interacção nos últimos 30 dias – e ainda as 80 mil páginas de entidades já criadas na rede.
Com esses 500.000.000 utilizadores e 80.000 páginas é possível digitalizar o chamado “grafo social”, interligando todas as pessoas e páginas, o que possibilita uma maior compreensão das relações entre as pessoas e as marcas.
A informação pessoal No passado os internautas escondiam-se atrás dos “nicks” sugestivos nas salas de conversação, tal como Irene exemplificou com o exemplo da “LittlePrincess76”. Hoje em dia existe cada vez menos receio na colocação de informação pessoal, assumindo-se como um factor de personalização do próprio conteúdo da pessoa.
A evolução da Internet A forma de apresentação do conteúdo na Internet tem sofrido inúmeras alterações ao longo dos anos: a Internet começou por se assumir como um simples “directório de sites“, em que eram famosos os sites que agregavam simplesmente uma série de links para sites, divididos em subcategorias.
Mais tarde, com o aparecimento dos primeiros motores de busca, a Internet voltou-se para a pesquisa e para os directórios de conteúdo gerado pelo consumidor (UGC -User Generated Content).
Hoje em dia, a Internet está voltada para o conteúdo social gerado pelo consumidor, no qual a palavra-chave é a partilha de conteúdos. Segundo Irene Cano, é necessário partilhar.
A partilha de conteúdos Irene Cano refere ainda as diversas áreas onde a partilha se assumiu como um factor preponderante.
- Os chamados “jogos sociais” (social games), como o Farmville que reúne 800 milhões de utilizadores em todo o mundo, é um jogo que incita a partilha e a interacção entre os jogadores.
- O mundo noticioso também foi invadido pela partilha, cerca de 40% das notícias publicadas diariamente são partilhadas pela Internet.
- Na música, sites como o Spotify ou o Pandora assentam o seu negócio na partilha e recomendações entre utilizadores.
- No comércio electrónico, a Amazon e Groupon fomentam a partilha de opiniões e análises aos seus produtos pelos seus utilzadores.
- Até mesmo as instituições governamentais têm cada vez mais presença nas redes sociais.
E qual é razão desta evolução extraodinária? Segundo Irene Cano, as plataformas móveis de acesso à Internet contribuíram bastante para a vulgarização da partilha e o acesso casual às redes sociais.
“As pessoas são a mensagem” – Irene Cano.
A publicidade “mascarada” Irene dá o exemplo de um perfil típico do Facebook. Do lado direito temos a área destinada à publicidade, mas note-se na inclusão de “publicidade” nas actualizações dos amigos. A simples mensagem “Ana Narciso gosta de Samsung Portugal” pode ser vista como publicidade à marca “Samsung Portugal”, no entanto é muito menos invasiva que os típicos “ads”.
Divulgar marcas As marcas podem agora criar os seus perfis públicos, as chamadas páginas, e assentar o seu negócio no número de fãs. Podem ainda pagar para criar os seus próprios anúncios na página do lado direito e deixar que os seus fãs “gostem” desses mesmos anúncios.
Um típico utilizador, ao ver que alguns dos seus amigos “gostam” daquele anúncio, tem uma maior probabilidade de se lembrar do anúncio e até mesmo adquirir o produto. Estudos independentes comprovam também que 25% mais utilizadores interagem com este tipo de anúncios.
O portal “Liga-te à Media”
Criado e desenvolvido pela MediaGate, o LigateàMedia já está aberto ao público e proporciona diversas áreas temáticas:- Artigos e publicações próprias – Reúne edições periódicas e textos de opinião e de carácter técnico, desenvolvidos pela equipa da agência e por personalidades da área.
- Formação – Dirigida comunidade universitária, permite aprender e/ou rever variados conceitos de media, em módulos leccionados pela MissGate, o avatar criado no âmbito deste projecto.
- Notícias – São publicadas as notícias mais relevantes sobre o sector e também entrevistas exclusivas do LigateàMedia a personalidades portuguesas deste segmento.
- Simulador – Permite simular planos de meios, tendo em conta as estatísticas actualizadas acerca da penetração de diversos media no mercado.
- Social – Contém vídeos, reportagens e fotos sobre os mais importantes eventos de media.
Após a apresentação do portal, seguiu-se o jantar e a peça de teatro “Apanhados na Rede“, a qual estará em cena até dia 30 de Janeiro e proporciona uma dose anormal de riso, tudo por causa de um pedido de amizade no Facebook, provocando o caos no seio de duas famílias. Recomendo!
Veja aqui mais fotos do evento.
E o leitor, o que pensa acerca do papel do Facebook nos media em Portugal?