Qual é o pior cenário que poderia acontecer, a uma banda, apoiante de DRM e fortemente contra partilha peer-to-peer de ficheiros? Isso mesmo que estão a pensar, o seu álbum estar a ser distribuído por este meio e antes de ser lançado.
Foi o que aconteceu aos U2, ao ver o seu novo álbum “No Line on the Horizon” que está com data de lançamento prevista para 3 de Março, espalhado pelos sites de distribuição de ficheiros da especialidade, antes do tempo. Isto aconteceu devido a um lapso da editora da banda irlandesa, a UMG, que disponibilizou o álbum para venda num site de comércio electrónico de música que possui, antes do tempo. Porém, não se sabe ao certo, como o site deu acesso directo às faixas de música aos seus utilizadores, o que se sabe é que as faixas estão a circular por aí, com qualidade de CD, e livres de DRM.
A banda sempre fez questão de defender agressivamente os seus direitos, pela boca do seu manager Paul McGuiness, que já acusou serviços como YouTube, de construir indústrias multi-bilionárias, às custas dos conteúdos da banda, sem pagar por eles. Este mesmo senhor, já em múltiplas ocasiões se desdobrou em contactos com vários ISP’s. de modo a que estes implementassem uma tecnologia à base de filtros, para que os seus utilizadores sejam impedidos de descarregar, cópias de músicas (algo que não é sequer ilegal, se as pessoas que tiverem comprado os CD’s que descarregam), sendo claramente defensor de DRM.
Justiça poética, ou mero cenário de pirataria que já nos acostumámos a ver? Eu diria um pouco das duas, até porque estou à vontade de dizer isso porque, não sou nem de perto nem de longe apreciador dos U2.
Por um lado, é lamentável que haja uma cultura à base da promoção da pirataria em tudo, seja software, filmes ou musica. Tenho a certeza que a generalidade das pessoas se iriam admirar, do conteúdo gratuito e legal, com qualidade que existe por aí. Fora isso, quando queremos bastante algo que só existe a pagar, é justo que quem produziu esse bem, receba o fruto disso. Por outro lado, estas bandas e as suas produtoras, ainda não viram o que todos já vimos, DRM não é a solução para nada. Esta tecnologia só prejudica o utilizador que no final compra um álbum ou uma faixa, e nunca a possui totalmente, pois não pode usá-la em qualquer meio de reprodução que queira. Eu diria que até incentiva em alguns casos a pirataria, pois é natural que as pessoas que vêm a sua liberdade limitada por terem comprada conteúdos com DRM, recorram às redes de distribuição peer-to-peer, para encontrar o mesmo conteúdo livre desta tecnologia maligna.
