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Nihon Hidankyo recebe Prémio Nobel da Paz pelo ativismo contra as armas nucleares

O Prémio Nobel da Paz foi atribuído, esta sexta-feira, a uma organização japonesa de sobreviventes dos bombardeamentos atómicos de Hiroshima e Nagasaki, pelo seu ativismo contra as armas nucleares.


Numa altura em que surgem ameaças de utilização de armas nucleares, o Prémio Nobel da Paz foi atribuído a uma organização japonesa de sobreviventes dos bombardeamentos atómicos de Hiroshima e Nagasaki. De nome Nihon Hidankyo, esta atua contra as armas nucleares.

A organização, cujo nome completo é Japan Confederation of A- and H-Bomb Sufferers Organisations, foi fundada em 1956 por pessoas afetadas pelos dois ataques das bombas atómicas americanas em Hiroshima e Nagasaki, conhecidas em japonês como “hibakusha”.

O objetivo passa por pressionar o Japão a fazer mais pelas vítimas, bem como os governos de todo o mundo a abolir todas as armas nucleares.

Para o presidente do Nobel Committee da Noruega, Jørgen Watne Frydnes, o prémio foi atribuído à Nihon Hidankyo, porque o “tabu contra o uso de armas nucleares está sob pressão”.

Por isso, com este prémio, o Comité “deseja homenagear todos os sobreviventes que, apesar do sofrimento físico e das recordações dolorosas, optaram por utilizar a sua experiência custosa para cultivar a esperança e o empenho na paz”.

Este Prémio Nobel da Paz envia uma mensagem poderosa. Temos o dever de recordar. E um dever ainda maior de proteger as próximas gerações dos horrores da guerra nuclear.

Afirmou Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, em reação à notícia, lamentando que “o fantasma de Hiroshima e Nagasaki continua a pairar sobre a humanidade”.

Toshiyuki Mimaki, copresidente da organização Nihon Hidankyo e sobrevivente do bombardeamento atómico de Hiroshima, em 1945. Atrás, o Hiroshima Peace Memorial, a única estrutura que ficou de pé na zona após o lançamento da primeira bomba atómica.

 

Prémio Nobel da Paz e as armas nucleares

A organização Nihon Hidankyo foi anteriormente nomeada para o Prémio Nobel da Paz em 1985, 1994 e 2015, e, no passado, o Comité Nobel distinguiu ativistas contra as armas nucleares.

A Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (em inglês, ICAN) ganhou o Prémio Nobel da Paz em 2017 e, em 1995, Joseph Rotblat e as Conferências Pugwash sobre Ciência e Assuntos Mundiais ganharam o prémio, pelos “seus esforços para diminuir o papel desempenhado pelas armas nucleares”.

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