O Prémio Nobel da Paz foi atribuído, esta sexta-feira, a uma organização japonesa de sobreviventes dos bombardeamentos atómicos de Hiroshima e Nagasaki, pelo seu ativismo contra as armas nucleares.
Numa altura em que surgem ameaças de utilização de armas nucleares, o Prémio Nobel da Paz foi atribuído a uma organização japonesa de sobreviventes dos bombardeamentos atómicos de Hiroshima e Nagasaki. De nome Nihon Hidankyo, esta atua contra as armas nucleares.
A organização, cujo nome completo é Japan Confederation of A- and H-Bomb Sufferers Organisations, foi fundada em 1956 por pessoas afetadas pelos dois ataques das bombas atómicas americanas em Hiroshima e Nagasaki, conhecidas em japonês como “hibakusha”.
O objetivo passa por pressionar o Japão a fazer mais pelas vítimas, bem como os governos de todo o mundo a abolir todas as armas nucleares.
BREAKING NEWS The Norwegian Nobel Committee has decided to award the 2024 #NobelPeacePrize to the Japanese organisation Nihon Hidankyo. This grassroots movement of atomic bomb survivors from Hiroshima and Nagasaki, also known as Hibakusha, is receiving the peace prize for its… pic.twitter.com/YVXwnwVBQO
— The Nobel Prize (@NobelPrize) October 11, 2024
Para o presidente do Nobel Committee da Noruega, Jørgen Watne Frydnes, o prémio foi atribuído à Nihon Hidankyo, porque o “tabu contra o uso de armas nucleares está sob pressão”.
Por isso, com este prémio, o Comité “deseja homenagear todos os sobreviventes que, apesar do sofrimento físico e das recordações dolorosas, optaram por utilizar a sua experiência custosa para cultivar a esperança e o empenho na paz”.
Este Prémio Nobel da Paz envia uma mensagem poderosa. Temos o dever de recordar. E um dever ainda maior de proteger as próximas gerações dos horrores da guerra nuclear.
Afirmou Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, em reação à notícia, lamentando que “o fantasma de Hiroshima e Nagasaki continua a pairar sobre a humanidade”.
Prémio Nobel da Paz e as armas nucleares
A organização Nihon Hidankyo foi anteriormente nomeada para o Prémio Nobel da Paz em 1985, 1994 e 2015, e, no passado, o Comité Nobel distinguiu ativistas contra as armas nucleares.
A Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (em inglês, ICAN) ganhou o Prémio Nobel da Paz em 2017 e, em 1995, Joseph Rotblat e as Conferências Pugwash sobre Ciência e Assuntos Mundiais ganharam o prémio, pelos “seus esforços para diminuir o papel desempenhado pelas armas nucleares”.