Uma das notícias que está a ser divulgada e comentada durante o dia de hoje é o caso de um militar da GNR que foi acusado de seis crimes relacionados com o abuso sexual de menores. E um dos pormenores mais chocantes da investigação foi que durante as buscas a casa do arguido, o agente da autoridade tinha na sua posse 1.400 ficheiros com pornografia infantil e outros conteúdos que envolviam menores de idade.
O militar será agora julgado pelo Tribunal de Santarém, onde poderá ser condenado por estes crimes e enfrentar outras consequências legais e profissionais.
Militar da GNR acusado de abuso sexual de menores
De acordo com as informações reveladas, um militar de 57 anos, que prestava serviço no Comando Territorial de Évora, vai começar agora a ser julgado pelo Tribunal de Santarém por seis crimes, sendo eles, um de abuso sexual de crianças, um de pornografia de menores, um de importunação sexual de menor, dois de perturbação da vida privada e ainda outro de ameaça.
O arguido encontrava-se no seu local de trabalho quando, em junho de 2020, foi detido pela Polícia Judiciária de Leiria, devido a uma queixa-crime apresentada pela mãe de uma das vítimas menores.
1.400 ficheiros com pornografia de menores
Os detalhes da investigação mostram que, durante a busca domiciliária à casa do militar acusado, a PJ descobriu e apreendeu 1.400 ficheiros com vídeos classificados como pornografia de menores, onde eram exibidas imagens de crianças e jovens em atos e poses de cariz sexual. Também foi apreendido o equipamento informático e os telemóveis usados pelo arguido para importunar menores durante mais de um ano.
De acordo com as informações que constam do processo, e divulgadas pelo jornal Rede Regional, em outubro de 2018 o militar começou a telefonar e mandar mensagens, escritas e áudios, ameaçadoras e sexuais a uma jovem de 15 anos, residente na cidade de Lisboa. E ao longo desses contactos, existem indícios que dão a entender que o militar se estaria a masturbar, ao mesmo tempo que fazia ameaças de morte à vítima, dizendo ainda que queria ter relações sexuais com a menor.
Numa outra situação, o acusado enviou mensagens a uma menina de 12 anos, natural de Torres Novas, a qual o GNR chegou mesmo a acompanhar o seu percurso de casa para a escola, tentando ganhar a sua confiança. Nas mensagens enviadas à menor, o acusado expressava vontade de fazer sexo com ela e com a irmã, passando depois a ligar-lhe praticamente todos os dias, sendo que algumas vezes o fazia de madrugada.
O Ministério Público adianta que as menores viviam com medo e receio de serem violadas e agredidas, deixaram de andar sozinhas na rua e passaram a ter resultados escolares mais baixos.
Para além do processo interno na própria GNR, caso seja condenado, o arguido deverá também deixar de poder ter menores de idade a seu cargo e/ou de poder desempenhar funções, públicas ou privadas, que envolvam o contacto com menores.