Não é nenhuma surpresa, que os nossos automóveis estão a caminho para se tornarem veículos de quatro rodas possuindo computadores móveis com um elevado nível de serviços e adicional complexidade. De facto o ramo que potencia este mercado, é um dos últimos bastiões onde há uma grande margem de progressão no mercado de computação.
O sistema operativo que for dominante nestes dispositivos, dará a quem o controla uma influência bastante importante num mercado bastante lucrativo.
A GENIVI é uma aliança que junta alguns dos principais nomes do ramo automóvel aos principais gigantes tecnológicos. Referimo-nos a pesos pesados como a BMW, General Motors, Peugeout Citroen, e Hyundai que formam parceria com a NVIDIA, ARM, Nokia e Intel. O que os irá unir?
A resposta está no Meego, que foi escolhido pela GENIVI como sistema In-Vehicle Infotainment (IVI) para os fabricantes da aliança. Esta tecnologia IVI (ou talvez seja mais preciso designá-la como um novo paradigma de computação) permite transportar para o volante, aquilo que temos actualmente por exemplo num Smartphone. Referimo-nos a navegação e posicionamento GPS, navegação Web ou outras formas de comunicação e entretenimento que se baseiam em serviços por ligação sem fios e se podem integrar na condução do dia-a-dia de modo a dar uma experiência de condução mais completa e informativa.
Jim Zemlin director executivo da Linux Foundation, refere que o Meego tem a grande vantagem de poder ser utilizado de raiz para correr uma multiplicidade de aplicações e que devido às propriedade inerentes de plataforma aberta, a GENIVI irá trabalhar para estender a plataforma de modo a possibilitar quem quer que use o projecto, beneficiar dessas melhorias. Segundo o responsável da Linux Foundation, esta decisão irá abrir uma grande oportunidade para programadores da plataforma, para estenderem as suas aplicações para veículos, de modo a construir uma ponte entre veículos automóveis e os dispositivos móveis.
Esta decisão é surpreendente? Por um lado não é uma surpresa para ninguém, já que neste grupo estão Intel e Nokia os fundadores do projecto Meego, que têm como é obvio todo o interesse em promover o sistema operativo open source. No entanto é um acordo muito importante que irá dar um forte empurrão a um sistema operativo jovem, e que apesar de ter bastante potencial, ainda não mostrou todo o seu potencial nos outros mercados que quer competir.
Por outro lado, como já referimos anteriormente, a Intel está fortemente empenhada para que cada vez mais os nossos carros sejam controláveis ao nível informático, contudo a forma como pretende que sejam implementados alguns destes mecanismos deixa algumas dúvidas no ar ao nível da privacidade do condutor.
Agora tudo dependerá da forma como se fará uso de uma nova onda de paradigma tecnológico num ramo outrora mecânico e eléctrico. Se a tecnologia construída sobre o Meego, for apenas para sincronizar os nossos contactos ou informação relevante do nosso Smartphone com o computador do nosso veículo, então contem connosco. Se for apenas mais uma camada desnecessária que abra a possibilidade da ocorrência de mais falhas para o ramo automóvel e ataques de utilizadores mal intencionados ou violações de privacidade, então teremos que torcer o nariz, já que o ramo automóvel posiciona-se numa zona muito sensível na temática de segurança na nossa sociedade.