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A empresa de venda de antivírus McAfee publicou um relatório em que indica que diversas organizações mundiais, incluindo a ONU e o Comité Olímpico Internacional, poderão ter sido alvo de uma cadeia de ciber-ataques que se prolongam desde 2006.
De acordo com a empresa, estes ciber-ataques, que poderão ter afectado até 72 organizações internacionais e representam um dos maiores ataques do género na história da segurança das redes informáticas.
A mesma empresa indica ainda que por detrás destes ataques poderá estar um “actor estatal”, embora não avance nacionalidades. Não obstante, um perito na matéria assegurou à Reuters que todas as provas apontam para ataques oriundos da China.
Na lista de organizações afectadas pelos ciber-ataques contam-se o governo dos EUA, Taiwan, Índia, Coreia do Sul, Vietname e Canadá, a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ANSA/ASEAN), o Comité Olímpico Internacional (COI), a Agência Mundial Antidoping e uma série de empresas importantes nos sectores da alta tecnologia e da defesa, entre outros.
A McAfee indica que, no caso das Nações Unidas, os piratas informáticos terão entrado no sistema da secretaria da ONU em Genebra em 2008. Como o ataque não foi prontamente detectado, os hackers terão acedido a informações confidenciais durante dois anos.
“Estamos surpreendidos pela diversidade de organizações que foram vítimas dos ataques e ficámos desconcertados pela audácia dos actores”, assegurou o vice-presidente de investigação de ameaças da McAfee, Dmitri Alperovitch, num relatório de 14 páginas hoje publicado. Recorde-se que a McAfee é líder mundial em venda de soluções de segurança informática e que, portanto, terá parte interessada neste tipo de conclusões.
“O que aconteceu aos dados recolhidos (…) ainda é uma questão em aberto. Sem embargo, nem que apenas uma fracção desses dados esteja a ser usada para construir produtos mais competitivos ou para superar concorrentes em negociações-chave, a perda representa uma enorme ameaça económica”, acrescentou o mesmo responsável.
A McAfee detectou os primeiros indícios de um possível ataque coordenado em 2006, apesar de a “operação Shady RAT [Remote Access Tools]” – como foi denominada – poder ter começado antes. Os últimos ataques detectados ocorreram há cerca de um mês.
Alguns dos ataques duraram apenas um mês, mas o mais extenso – contra a comissão olímpica de uma nação asiática não identificada – estendeu-se de maneira intermitente por 28 meses, de acordo com a McAfee. Agência Reuters