disponível no site do ministério. Alunos vêem porno no Magalhães! A senha para configurar o controlo parental dos computadores Magalhães – e definir quais os conteúdos da Internet a que os alunos têm ou não acesso – é divulgada numa página criada pelo próprio Ministério da Educação. Uma situação que pode explicar os casos de crianças que têm acedido a sites pornográficos com estes portáteis.
O documento, consultado pelo DN, dá pelo nome “Guia de Controlo Parental e-escolinha”, e é acessível através do site www.seguranet.pt. A”chave” – que, por razões óbvias não transcrevemos – surge logo na terceira página.
A ferramenta foi desenvolvida pela Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular, do ministério, com o intuito de divulgar “informação variada” para “melhorar a segurança de crianças e jovens quando estão online”.
Nas 18 páginas deste guia são dadas detalhadas instruções sobre como autorizar ou proibir o acesso a páginas da Internet e programas como o messenger .
O objectivo é permitir aos pais alterar as definições de segurança de origem, que limitam o uso da Internet a um lote muito restrito de páginas. Mas, com esta senha, qualquer um pode eliminar todas as barreiras.
Contactado pelo DN, o ministério defendeu que a responsabilidade por estas medidas de segurança cabe aos pais, que “devem alterar a palavra passe e activar o controlo parental” assim que recebem o portátil. O Ministério acrescentou que a palavra passe divulgada na Net “destina-se a possibilitar aos pais a activação da password personalizada” .
Mas a verdade é que, como confirmou ao DN Alexandre Lima, vice-presidente da Associação Portuguesa de Professores de Informática, a chave original já “permite fazer todas as configurações relativas aos conteúdos acessíveis na Internet”.
E a delegação de responsabilidades não leva em conta os reduzidos conhecimentos de muitas das famílias dos 500 mil alunos que receberam o Magalhães: “É verdade que essa informação é dada aos pais quando recebem o portátil, mas muitas vezes ou não têm paciência ou não se sentem confortáveis para a usar”, disse.
Já entre os alunos, como revela o caso ocorrido numa escola da Maia, não falta quem domine estas ferramentas: “Os destinatários do Magalhães [alunos do 1.º ciclo] ainda não terão essa capacidade”, admitiu. “Mas basta que um amigo, um primo mais velho, o saibam fazer, para rapidamente a informação se espalhar por toda uma escola.” DN