Os supostos problemas de recepção de sinal não são novos, mas podem não ser graves!
O iPhone 4 é hoje o maior sucesso de vendas da Apple, só no primeiro dia a Apple vendeu mais de 1 milhão de unidades e o valor continua a bater recordes à medida que vai sendo reposto o stock nas lojas dos países onde foram já disponibilizados para venda.
Mal foram colocados à venda e já estavam a ser reportados os mais variados problemas. Obviamente há facções opostas, num dispositivo tão amado por uns e tão odiado por outros, uns minimizam os problemas que surgiram e outros fantasiam sobre esses mesmos problemas.
Afinal o que é a realidade e a fantasia?
O debate sobre os supostos problemas de recepção de sinal continuam, incluindo agora uma nova variante. Ainda nada levou a Apple a aceitar que existe um problema estrutural, bem pelo contrario, mas há comportamentos que urgem ser explicados. Fazemos uma resenha sobre o que se tem falado, acrescentamos detalhes que são importantes para entender o cenário real, onde afastamos as fantasias. É importante existir uma verdade para que o consumidor, que comprou ou pretende comprar, avalie o produto, para lá do seu aspecto, marketing e notícias empoladas.
Problema: Recepção de sinal
Independentemente a qualquer problema de software ou de hardware é um facto que qualquer telefone está sujeito a interferencias dos mais variados componentes existentes no meio ambiente circundante. O próprio ser humano pode ser uma barreira para a propagação das ondas electromagnéticas, tal como o é uma parede, más condições atmosféricas ou estarmos no interior de uma zona de vegetação.
Considerando isso, é natural que a posição em que é agarrada pela mão, relativamente à localização da antena e a outros obstáculos, possa ser um factor crucial na qualidade e intensidade de captação do sinal. Mas esta situação não se aplica apenas ao iPhone, aplica-se a todos os dispositivos de redes móveis.
Então porquê esta polémica no iPhone?
De facto está provado que pegar no iPhone, de forma completamente natural, faz com que a força do sinal diminua drasticamente, passando de uma intensidade de 4/5 para a perda completa de sinal. Mas e se estiverem a ser criadas condições óptimas (ou mesmo por mero acaso) onde a única fonte de sinal seja um reflexo de ondas electromagnéticas proveniente da parte inferior da mesa onde é segurado? E consequentemente bloqueá-lo apenas com a mão?
Afinal se a mão não estiver na zona da antena (zona inferior do telefone) nada acontece… Até testarmos, nenhuma hipótese pode ser descartada.
Mas será isto realmente verdade? Segundo a Apple não é. O problema, largamente reportado, deve-se a um erro na fórmula cálculo da intensidade de sinal cujo resultado é representado pelas barras no canto superior esquerdo do ecrã. Mas que fórmula tão complexa será essa para ter um erro tão dramático? Não será apenas necessária uma tradução da força do sinal, em dBs, para uma espécie de mapeamento em gamas de intensidade?
Pelos vistos não e essa fórmula, logicamente, não é revelada. A Apple acrescenta ainda que o erro de representação da intensidade do sinal acontece tanto por excesso como por defeito, onde numa situação de intensidade máxima (5/5) poderá ser reportada um intensidade com 2 níveis abaixo (3/5).
Numa análise apresentada pelo Anandtech, foram feitos testes intensivos para tentar desmistificar o problema e saber realmente o que se passa. Note-se que estes testes foram feitos antes do comunicado oficial por parte da Apple. Basicamente tratou-se de substituir as barras indicadoras da intensidade de sinal pelo valor de intensidade real que o dispositivo consegue captar a dado instante.
Foram criadas situações distintas que consistiram em pegar em 3 diferentes smartphones, iPhone 4, iPhone 3GS e HTC Nexus One, e colocá-los em situações de uso comuns. Foi feito também um mapeamento dos nível real de intensidade do sinal (em dB) para o nível de barras apresentado.
Após ter noção desta relação e de como as barras são mostradas relativamente à intensidade real do sinal, torna-se bastante mais fácil compreender toda a polémica envolvida em torno desta invulgar perda de sinal. Os testes deram o seguinte resultado:
Facilmente conseguimos interpretar e perceber o que foi realmente provado no filme acima, em que o iPhone com intensidade de sinal de 4/5, após ser agarrado, perde completamente o sinal.
Vejamos: se considerarmos que estamos na situação de -99 dB (com 4 barras de sinal) e agarrarmos o iPhone 4 de forma natural, a perda de sinal pode ser de até 19.8 dB. Ora, a intensidade poderia chegar até aos -119 dB, que se encontra claramente fora do nível mínimo admissível para poder efectuar qualquer tipo de comunicação. Isso já não iria acontecer no iPhone 3GS nem no HTC Nexus One. De resto, com base nos valores da tabela, podem ser previstas imensas situações.
Comportamento encontrado no iPhone 3GS
Comportamento encontrado no HTC Desire
Mas afinal, após estes testes bastante conclusivos, existe mesmo um erro na fórmula de cálculo da intensidade de sinal como refere a Apple?
Parece que não. Deve-se então à disposição das antenas no seu interior?
À parte disto, o iPhone 4 é dotado de melhorias relativamente a valores de intensidade de sinal absolutos, isto é, por exemplo com uma intensidade de sinal de -113 dB (no limiar de perder a ligação), consegue melhores resultados que o iPhone 3GS, sendo assim capaz de estabelecer ligação de chamada e de dados com fraquíssima intensidade de sinal, algo que não era possível no seu antecessor.
A juntar à quebra de sinal assinalada, é possível melhorá-la com o uso de uma capa Apple iPhone 4 Bumper onde são notórias as melhorias da intensidade do sinal.
Resumindo: basicamente é necessário uma reunião de várias condições para que o dispositivo da Apple tenha resultados anómalos e que impeçam o utilizador de comunicar em perfeitas condições, aliás, é um comportamento transversal a qualquer dispositivo de comunicações móveis, apenas é notado mais acentuadamente no iPhone 4.
Problema: Manchas amarelas no ecrã do iPhone 4
Alguns dos primeiros compradores registaram algumas manchas amarelas no famoso visor da Apple, pouco perceptiveis mas o suficientemente visiveis em fundos claros o que dava a entender que seriam um defeito de fabrico. Alguns desses utilizadores trocaram-no na loja Apple, outros repararam que os mesmos iam desaparecendo com o uso. Analisado essa anomalia, revelou-se que afinal se tratava de um componente usado na linha de montagem da Foxconn, de nome “Silane Z-6011” que é inserido entre as várias camadas do ecrã e necessitam de um tempo de secagem, mas como as encomendas foram elevadas, sairam da fabrica antes que tal acontecesse, o que naturalmente acabou por cair nas mãos de alguns utilizadores, relevando-se felizmente que não era um defeito.
De qualquer forma a sua troca poderia ser feita, mas nalguns casos não chegou a acontecer porque estas manchas (um pouco assustadoras para quem compra um produto novo) acabaram por desaparecer na grande maioria dos casos.
Problema: Tampa traseira, de vidro, parte facilmente
Foram também reportadas fraquezas na tampa traseira do iPhone, tampa essa que foi neste modelo construída num vidro especial onde riscos, quebras e dedadas são minimizadas garantindo uma qualidade superior ao produtos.
Como qualquer produto, é um material que após certos maus tratos poderá quebrar, o que é preciso ter em conta que ser resistente não é o mesmo que indestrutível. Como podem ver no vídeo em cima, este produto sujeito a um tratamento destrutivo, mantém a sua operacionalidade… mas tudo tem um limite.
Curiosidades
A Apple desta vez construiu um equipamento onde os módulos, embora feitos de materiais generosos, são de simples substituição. A tampa traseira uma peça de fácil remoção onde qualquer um a poderá trocar, caso um azar aconteça e há até já quem tenha feito capas especiais, de outros materiais para personalizar e reforçar ao máximo o seu iPhone, já que nem todos os útilizadores têm os mesmos gostos e exigências.
Após surgirem os inúmeros videos e reclamações sobre os alegado problemas de rede, que naturalmente são casos que surgem primeiro na web, houve também quem por curiosidade tenha feito testes para verificar esse possível defeito e caso existisse para uma possível troca ou retoma, o que ao testarem verificaram que o mesmo problema não lhes acontecia e desde aí têm também surgido inúmeros vídeos que contradizem um defeito de concepção do aparelho.
E mais uma vez levanta a questão de onde estes problemas podem ou não ocorrer, porque como toda a gente sabe, as redes 3G e devias coberturas não são ainda as ideias na grande parte dos países (até mesmo Europeus) tendo váriaveis completamente inconstantes de zonas para zonas. Existem casos onde a rede costuma estar no maximo e cair a pique para o minimo sem mesmo tocar no próprio telefone, o que levanta a questão de que até que ponto esta variável se deve ter em conta nos testes feitos pelos mais variádos útilizadores.
Desta vez o feeback vem por parte de uma senhora que também não reporta qualquer anomalia no produto. Obviamente é um testemunho isento, de um comum utilizador, contrariando alguns comentários potenciados por sites onde a relação com a Apple agudizou-se desde a aparição de um modelo “clandestino” do iPhone 4.
O que se poderá concluir que os problemas não são gerais e podem ser causados em circunstâncias especificas, tal como acontece com qualquer outro telefone. De qualquer forma a Apple já fez uma carta aberta a explicar que de facto existe uma falha na leitura das barras, onde haverá um suposto erro na forma de cálculo (algo que poderá não ser realmente verdade como demonstrou a anandtech) e que dentro em breve irá lançar uma actualização para que esses resultados sejam apresentados com a máxima precisão possível. Nessa mesma carta diz que o feeback dos já quase 2 milhões de útilizadores de iPhone 4 tem sido de forma geral bastante boa e relembra (em tom de confiança) que quem não estiver satisfeito com o produto, alegando ser um defeito de concepção, o poderá retomar no prazo máximo de 30 dias com total reembolso.
O que se pode concluir, desta tomada de posição, que a Apple exclui totalmente a proposta, que já circula na web em forma de petição, para uma possível oferta de capas para resolver o alegado problema. Como é obvio, ao alagarem haver um problema de concepção, não seriam as capas que o resolveriam. Este apelo “petição” soa a oportunismo para que as capas sejam oferecidas.
De forma geral, o feedback, de quem já testou este aparelho, tem sido bastante positivo, chegando mesmo a ser actualmente considerado o smartphone com as maiores qualidades gerais e, nos defeitos que lhe apontam, em especial os defeitos de captação de rede, há algum exagero, fazendo uma tempestade num copo de agua sobre um problema que não está a prejudicar o seu bom uso. Para essa conclusão, estão os muitos testemunhos dos quase dois milhões de utilizadores que indicam claramente um número de chamadas perdidas, por falta de rede, quase nulo, ao contrário do seu antecessor, que em certas áreas tinha perda de chamadas locais. Neste momento, nas mesmas circunstancias, o iPhone 4, consegue manter a chamada mesmo que esteja a indicar apenas um traço na quantidade de sinal captado.
Qual o feedback dos sites da especialidade?
É muito clara a posição dos grandes sites dedicados a este segmento: o iPhone 4 tem problemas na amostragem das barras de intensidade de sinal, no entanto este mesmo iPhone pode realmente usar o sinal no limiar inferior e ainda assim é muito mais confiável do que qualquer iPhone anterior. Os restantes hipotéticos problemas, estão a ser ainda “validadas”, tendo em conta a tenra idade do mesmo nas mãos dos utilizadores.
Logo que estejamos em condições de o analizar, faremos nós próprios os testes nas redes nacionais. Para já, todos estes dados são de utilizadores residentes num país onde a cobertura de sinal é substancialmente pior que a nossa aqui em Portugal.