Se acha que por cá a Net é lenta, havia de experimentar na África do Sul onde um pombo-correio conseguiu ser mais rápido do que as linhas ADSL do principal fornecedor de acesso à Internet neste país.
Uma empresa sul-africana de tecnologias de informação demonstrou ontem que é mais rápido transmitir dados usando um pombo-correio do que as linhas ADSL do principal fornecedor de acesso à Internet, a Telkom, noticiou a Reuters.
Para além de dispendioso, o acesso à Internet na África do Sul, a maior economia do continente africano, é extremamente lento.
De acordo com a agência de notícias local, SAPA, um pombo com 11 meses, de seu nome Winston, levou 1h08m a percorrer os 80 quilómetros que separam os escritórios da da Unlimited IT, em Pietermaritzburg, da cidade de Durban, junto à costa, com um cartão de memória preso a uma das patas.
Somando o tempo necessário para transferir para o computador a informação contida no cartão, esta operação demorou, no total, 2h06m57s. Pelas linhas da Telkom, durante este período, a Unlimited IT conseguiu transferir apenas quatro por cento dos dados contidos no cartão.
Com 11 centros de atendimento telefónico distribuídos pela África do Sul, a Unlimited IT, tem de enviar informação regularmente para as diversas sucursais.
Por estes dias, os internautas sul-africanos esperam que o prometido cabo subaquático de fibra óptica que ligará a África do Sul ao ciberespaço durante o próximo Campeonato do Mundo de Futebol, acelere a Internet por estas paragens. Caso contrário, os pombos vão ter muito que fazer por aqui.
Original, mas não tanto
O transporte de dados digitais por pombos-correio não é novidade para quem segue de perto estes assuntos, lembra Stan Schroeder, editor para a Europa do site Mashable.com.
Com efeito, conta o jornalista que “este tipo de transferência de dados foi definido como IP sobre Aves Correio (IPoAC)” num documento redigido por D. Waitzman da Internet Engineering Task Force em Abril de 1990.
Segundo Stan Schroeder, o Grupo de Utilizadores de Linux em Bergen, na Noruega, foram os primeiros a “implementar” este “protocolo”, ao enviarem nove pombos ao encontro de uns servidores a poucos quilómetros de distância.
Em 2004, lembra ainda Schroeder, um grupo de entusiastas israelitas enviaram três pombos para cerca de 100 quilómetros de distância. Cada ave levava consigo 20 a 22 cartões de memória – 4GB no total -, tendo a operação sido concluída em quatro horas.
Ontem, Winston também leva consigo 4GB de dados, mas só teve de carregar um cartão de memória o que só deverá aumentar a velocidade de transferência de dados recorrendo a pombos-correio. Com menos peso hão-de voar mais depressa…Expresso