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Igreja usa MySpace para recrutar religiosos

Novas tecnologias são cada vez mais usadas pela Igreja Católica para chegar aos jovens. Na semana das vocações, com início ontem, a Internet é a ferramenta para a selecção de padres, freiras ou leigos.


A Igreja está a usar a Internet para cativar os jovens a seguirem a vida religiosa. A crise de vocações assim o dita, apesar de os seminários começarem a receber mais alunos. A rede social escolhida é o MySpace. No portal ontem lançado, a propósito do início da semana das vocações, podem ser vistos testemunhos de padres, de religiosos e de leigos. Mas há ainda orações para descarregar no ipod e um espaço onde comunicar com outros jovens e realizar actividades em família ou em grupo.

“A grande novidade deste ano é o MySpace. Os jovens são a geração digital, e esta é a forma de nos sintonizarmos com eles e de os confrontarmos com esta realidade”, confirmou ao DN o secretário da comissão episcopal das vocações e ministérios. Jorge Madureira lembra que a Igreja tem sempre procurado utilizar os meios de cada época. “E a Internet é um espaço privilegiado, porque é livre. Aí os jovens podem interagir e recolher elementos de forma informal, quando estão sozinhos no seu computador, sem compromisso.”

No entanto, “estes meios não substituem, mas apenas complementam os que já são habituais e que passam pelo relacionamento pessoal, o acompanhamento feito nos grupos e na paróquia”,disse.

Nesta 46ª semana de vocações, que termina no domingo, a pastoral vocacional disponibiliza também um guião com propostas de actividades que podem ser feitas em família, com as crianças ou nos grupos de jovens, e que se destinam a fazê-los reflectir sobre o sentido da vocação. “São propostas de dinamização das comunidades”, explica Jorge Madureira, sublinhando que é no seio das comunidades cristãs que as vocações para a vida religiosa têm de surgir.

“Um problema que é de todos, deve ser resolvido por todos”, diz o secretário das vocações, referindo-se à falta de padres e à responsabilidade dos católicos na inversão deste problema. “Não basta apenas pedir padres ao bispo quando eles não existem. Temos de ter consciência de que uma comunidade só está suficientemente evangelizada quando dela nascem vocações para o serviço da Igreja. Ou seja, quando gera frutos”, alertou. A forma como as dioceses se aproximam dos jovens para lhes propor o sacerdócio ou a vida consagrada tem mudado nos últimos anos. Se antes a Igreja ficava à espera que os seminaristas lhe fossem bater à porta, agora tem adoptado uma atitude mais pró-activa, acompanhando de modo personalizada os jovens que se mostram cativados por esta opção de vida.

Muitos estão no pré-seminário, uma estrutura com actividades para jovens ainda novos para entrar no seminário mas que querem fazer o percurso de discernimento.

Esta semana vários seminários e ordens abrem portas para os jovens experimentarem o dia a dia de uma comunidade. Nalguns locais, também já há grupos organizados a rezar pelas vocações. Sapo

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