Longe vai o tempo de absoluta supremacia do Internet Explorer como ferramenta de acesso à internet. Um dos últimos bastiões inabaláveis do navegador da Microsoft, é o sector empresarial, bem como as grandes instituições.
Depois de a Google ser alvo de um ataque informático explorado através de uma falha do IE e de consequentemente abandonar o Windows, a IBM vem agora dar um apoio forte ao Firefox.
Bob Suter responsável pela estratégia de comércio electrónico da IBM, veio anunciar que o “Big Blue” decidiu tornar o Firefox o browser por omissão para todos os seus 400.000 colaboradores.
Suter, refere a principal razão pela IBM ter apostado no Firefox: “Enquanto outros browsers vão e vêm, o Firefox é agora o standard de ouro daquilo que um browser, aberto, seguro e respeitador dos standards deve ser.”
Não ficando por uma afirmação genérica, o responsável da IBM, enumera os factores que diferenciam o Firefox das outras alternativas aquando da sua escolha para a empresa:
- O facto do Firefox, ser bastante respeitador dos standards e consequentemente da interoperabilidade resultante dos standards é fulcral para a estratégia da IBM
- É Open Source e o seu ciclo de desenvolvimento é gerido por uma comunidade de desenvolvimento sem qualquer laço com uma entidade comercial
- É seguro e uma comunidade vasta de especialistas mantêm sobre ele um desenvolvimento contínuo bem como assegura a sua manutenção.
- É expansível e pode ser personalizado para aplicações com um âmbito particular ou por organizações como a IBM
- É inovador e forçou todos os browsers que o antecederam e precederam a desenvolver novas funcionalidades e a melhorar as suas velocidades
O ponto 2 é o mais interessante, nas justificações dadas pela IBM. Já que nos parece claramente uma alusão ao Google Chrome, mais concretamente a sua base (projecto Chromium), que como se sabe tem na sua maioria engenheiros da Google a trabalhar para o seu desenvolvimento. Parece-nos neste ponto de vista que a IBM, quis utilizar o seu peso, para equilibrar a balança do software livre, no mercado de navegadores Web, que ultimamente estava a tender mais para os lados do browser da Google. Mostra-nos também que a IBM, não quer ficar dependente não só de algo que seja produzido pela Microsoft como a Google.
A IBM com esta atitude simbólica, abre as portas do Firefox ao mundo empresarial algo que fez há mais de 10 anos atrás com o Linux quando começou a colaborar para o desenvolvimento do seu Kernel. Este último passo foi essencial para a afirmação do Linux como sistema operativo de excelência na área de servidores em algumas das maiores organizações mundiais (um mercado largamente dominado pela IBM). Resta-nos saber que efeitos este anúncio, vai ter para a adopção do Firefox em imensas organizações dependentes do IE.
Para essas organizações e também para os utilizadores individuais, Suter deixa o seguinte apelo.
“Tal como você pensa apenas no browser que usa em casa ou no trabalho, considere as razões que apresentámos para a nossa decisão. É sempre a sua decisão, obviamente, mas o Firefox está preparado para uso empresarial e estamos prontos para adoptá-lo para a nossa empresa”. Fonte: Sutor