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Homem tentou atravessar o Atlântico numa roda de hamster gigante e acabou preso

Com a tecnologia que hoje temos à disposição, tudo parece mais próximo, mais perto. E possivelmente, alguns exemplos insanos que vemos nas redes sociais, poderão ter influenciado um homem a construir uma roda de hamster gigante, flutuante, para atravessar o Oceano Atlântico numa viagem entre os EUA e o Reino Unido. De facto, uma aventura digna de Júlio Verne!


Queria usar uma gaiola para atravessar mais de 5 mil quilómetros de oceano

Um homem foi encontrado a atravessar o Atlântico numa roda de hamster gigante, uma embarcação caseira com a qual – explicaria mais tarde – pretendia “correr” até Londres. A história de Reza Baluchi é uma daquelas histórias que fazem valer aquela frase banal de que “a realidade supera a ficção”. E em grande estilo.

Pouco se sabe sobre o intrépido marinheiro que a Guarda Costeira dos Estados Unidos intercetou no final de agosto a mais de 100 quilómetros da ilha de Tybee, ao largo da costa atlântica, para além do facto de ter entre 40 e 50 anos, ter nascido no Irão e ter obtido asilo nos Estados Unidos.

Segundo é referido, esta não é a primeira vez que a Guarda Costeira o apanha nestas tentativas de encetar loucas viagens oceânicas. E que, nos últimos anos, ele embarcou noutras aventuras igualmente surpreendentes.

Em 2014 e 2016, terá tentado percorrer os 1600 km de distância entre Boca Raton, na Florida, e as Bermudas num barco caseiro semelhante e, em 2021, surpreendeu os banhistas que o viram sair pela escotilha superior da sua roda de hamster gigante depois de percorrer 40 km da sua rota entre a Florida e Nova Iorque. O gabinete do xerife partilhou as suas imagens pouco tempo depois.

Uma longa corrida aquática através do Atlântico

Contudo, nesta sua nova façanha, o iraniano pretendia ir mais longe e atravessar nada menos do que o Atlântico para “correr” da costa sudeste dos Estados Unidos até Londres, uma viagem muito longa de cerca de 7000 km, que tencionava navegar com a sua peculiar invenção: uma enorme roda de hamster chamada hidropod.

Embora a ideia pareça rebuscada, Baluchi teria assegurado pelo menos alguns recursos valiosos no seu barco peculiar. Segundo relata o The New York Times, em 2021, o aventureiro equipou a sua embarcação com um telefone por satélite, um painel solar, fatos de mergulho, um sistema de filtragem e algumas comida, como granola e massa ramen.

Por muito que tivesse preparado o seu hidropod ou decidido que o próprio Baluchi iria “correr” até ao Reino Unido, o homem viu travada a sua loucura depois das autoridades terem inspecionado o seu barco e concluído que a viagem que este pretendia fazer era “manifestamente insegura”.

Como resultado, um grupo de guardas costeiros decidiu meter-se num pequeno barco e aproximaram-se da roda flutuante. Pediram ao peculiar aventureiro que abandonasse a sua viagem. Mas não foram muito bem sucedidos.

Baluchi recusou-se liminarmente a parar a travessia. Aliás, ele deixou claro, na troca de argumentos com a Guarda Costeira, que tinha uma faca de 30,5 centímetros com a qual não hesitaria em suicidar-se.

Os agentes não tiveram outra alternativa senão desistir, regressar ao seu navio e continuar a negociar com Baluchi durante os dias seguintes, com um resultado semelhante. O peculiar aventureiro chegou ao ponto de mostrar duas facas, insistir que se suicidaria e até afirmar que tinha uma bomba a bordo que iria fazer explodir, algo que, como as autoridades vieram a descobrir mais tarde, tratava-se de um bluff.

A 29 de agosto, a situação alterou-se e Baluchi aceitou finalmente abandonar a sua roda flutuante. Anteriormente, a Guarda Costeira tinha tentado entregar comida e água ao marinheiro e dar-lhe notícias da aproximação do furacão Franklin, que atingiu a costa leste dos EUA, deixando uma forte ondulação e correntes perigosas.

Uma vez em terra, as autoridades transportaram-no para Miami Beach, onde foi libertado sob fiança de 250.000 dólares. O tribunal acusou-o de obstrução ao embarque e de violação da ordem do capitão. Foi proibido de entrar no mar.

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