Por Hugo Sousa para Pplware.com
A GT Advanced Technologies, parceira da Apple, que declarou falência na semana passada, vem agora a ameaçar a empresa de Cupertino, admitindo que poderá revelar alguns dos acordos secretos que terão assinado.
Este é um tipo de informação que paga-se caro e os números avançados na imprensa apontam para 40 milhões de dólares.
O Financial Times refere que, após a falência da GT Advanced Technologies, os acordos entre as duas empresas deixaram de ser completamente secretos. Existem informações confidenciais que nem os fabricantes estão autorizados a ter conhecimento. Contudo, a empresa do Arizona começa a levantar o véu. Entre as várias cláusulas presentes no acordo entre a Apple e os fabricantes, existe uma que prevê uma multa de 50 milhões de dólares para o fabricante caso não resista à fuga de informações.
Os advogados da GT afirmam que nos próximos dias serão divulgadas mais informações sobre o laço que ligava a empresa à gigante de Cupertino. As razões que estes advogados alegam referem-se ao facto de tanto os credores como os accionistas terem o direito e máximo interesse de conhecer estas informações.
Os advogados da empresa apelidam estes acordos de “opressivos” e “pesados”. Não deixa de ser curiosa esta posição por parte da empresas, já que há cerca de um ano, aquando do acordo feito com a gigante tecnológica, a GT mostrou todo o seu deleite com esta ligação. Todo este frenesim tem colocado vários fabricantes, principalmente fabricantes asiáticos, atentos ao desenrolar de todo o processo.
A GT era a produtora dos ecrãs de vidro de safira que iriam ser utilizados nos relógios inteligentes e nos iPhones da Apple, mas no passado dia 6 de Outubro avançou com um pedido de insolvência com o objectivo de se livrar dos credores. Esta decisão poderá ainda ter sido motivada pelo facto de, em Setembro, a Apple ter anunciado que os ecrãs dos seus iPhones iriam deixa de ser produzidos pela GT.
Em Novembro de 2013, a gigante de Cupertino comunicou o empréstimo de 460 milhões de euros à GT de modo a que a empresa pudesse criar uma fábrica no Arizona para produção de vidro de safira. Este empréstimo foi visto com bons olhos por parte de Wall Street, mas quase um ano depois, a empresa que, supostamente deveria ter uma ligação de cinco anos com a Apple, vê as suas acções serem vendidas por menos 90% do seu valor num só dia.
Neste momento, a GT procura responsabilizar a natureza dos acordos com a Apple pela situação financeira da empresa. Neste mesmo processo, a GT pediu permissão ao tribunal para revelar detalhes da situação por considerar que existem detalhes do interesse de credores e de accionistas.
Segundo o Financial Times, estes acordos com a Apple podem incluir especificações sobre a safira utilizada, que podem trair os planos para futuros produtos, bem como informações detalhadas sobre preços e custos. Este último ponto pode ser de extrema importância uma vez que poderá aumentar o espaço de manobra de outros fabricantes na hora de negocias as margens de lucro.
A Apple deseja proteger a propriedade intelectual da empresa e manter a surpresa na hora de apresentar novos produtos, daí exigir confidencialidade. Esta cláusula de confidencialidade está presente nos acordos secretos entre as duas. Quem os quebrar, já sabe que terá de pagar um valor de cerca de 40 milhões de euros.