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Grupo Hacker divulga 90 mil contas de e-mail confidenciais

O grupo auto-intitulado Anonymous lançou um duro golpe na segurança norte-americana. O conjunto de hackers conseguiu ter acesso a endereços de email e passwords de activos pertencentes à National Security Agency.

Será mais um golpe na segurança norte-americana? Ou existem ramificações no sistema político que todos os cidadãos têm o direito de saber?


Os Anonymous conseguiram ter acesso à rede informática da empresa de consultadoria “Booz Allen Hamilton” onde descobriam e lançaram no site de torrents Pirate Bay cerca de 90.000 endereços de emails militares, 4GB de código fonte, nomes de empresas sub-contratadas pelo governo norte americano bem como outras informações relevantes ainda não contabilizadas.

Um acto que, à primeira vista, parece ser puramente vandalismo informático mas que, no entanto, revela por outro lado fortes indícios de promiscuidade no sistema político norte-americano. Os hackers afirmam que a empresa de consultadoria estava envolvida em vários programas governamentais de recolha de informação confidencial que, segundo os mesmos, eram completamente ilegais.

Além disso muitos dos responsáveis da “Booz Allen Hamilton” eram todos antigos membros da NSA e segundo a informação agora vinda a público, no processo conseguiram favores governamentais de modo a beneficiar o seu negócio privado.

Mas há mais que fica por revelar. Para termos uma ideia da quantidade de informação recolhida, uma conta do Twitter alegadamente associada ao grupo de hackers afirmou que esta é apenas a primeira parte de tudo o que os hackeres recolheram. No Twitter pode-se mesmo ler em tom de aviso que o teor da informação que foi recolhida é absolutamente explosiva.

Este ataque concertado da Anonymous é mais um episódio da operação que os hackers intitulam “AntiSec” (Anti Security) que visa atacar e furtar informação confidencial dos maiores governos e corporações para expor a corrupção e abuso de poder. A particularidade desta operação é que é tida como apenas uma forma de desobediência civil, intitulando os seus métodos como um protesto pacífico.

O grupo ficou notoriamente famoso depois de ter conduzido ataques de retaliação ao serviço PayPal e outras empresas de crédito que cortaram o acesso a todas as contas do site Wikileaks.

Este novo episódio faz-nos reflectir sobre a aparente fragilidade da maior nação do mundo, no que se refere a manter segura informação sensível. É certo que a fuga não saiu directamente do governo dos Estados Unidos da América. Contudo, não nos podemos esquecer que a empresa de consultadoria era gerida por ex-elementos da NSA.

A confiança de informação governamental tão sensível a uma empresa que não estava preparada para mantê-la como tal mostra-nos que não houve um processo de auditoria para averiguar se a empresa reunia todas as condições de segurança. Ora tudo isto leva a fortes indícios de favorecimentos de contratos à Booz Allen’s que vieram das mais altas esferas do estado.

É certo que toda esta informação e ligações governamentais são lamentáveis. No entanto, existe o outro lado da moeda: os hackers ao exporem esta informação não estão a ameaçar a segurança dos detentores dos emails que são pessoas como nós? Será que estas informações em mãos de terroristas não podem ser perigosas para o povo americano?

Uma coisa é certa: a maior economia do mundo, apetrechada de pessoas altamente qualificada para combater o terrorismo, não é capaz de conter um novo tipo de terrorismo, o cyber-terrorismo. [via]

Fica no ar a questão: estará ao alcance de alguém travar uma organização hacker como esta?

 

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