Foi durante a tarde de quinta-feira que se assistiu a mais uma tragédia com um avião da Malaysia Airlines, desta vez, ao que tudo indica, abatido por um míssil terra-ar lançado por separatistas pró-russos da Ucrânia.
A queda deste avião foi logo de seguida relatada numa página da Wikipédia relativa a desastres aéreos, página essa que foi prontamente editada pelo Governo russo com censurar a uma das informações que havia sido descrita.
Esta informação é divulgada graças a um bot no Twitter criado para monitorizar qualquer edição à Wikipédia proveniente de IPs associados ao Governo russo.
Na publicação inicial podia ler-se:
O avião [voo MH17] foi abatido por terroristas do estado auto-proclamar da República Popular de Lugansk com mísseis do sistema anti-aéreo Buk, que estes terroristas receberam da Federação Russa.
Depois da suposta intervenção do governo russo na edição, cerca de uma hora depois, a informação passou simplesmente para:
O avião [voo MH17] foi abatido por soldados ucranianos.
O bot que detectou a alteração foi o RuGovEdits, lançado apenas há uma semana. Cada vez que são detectada edições na Wikipédia feitas por utilizadores através de endereços de IP do governo russo é enviado um tweet.
O voo MH17 da Malaysia Airlines que seguia de Amesterdão para Kuala Lumpur, capital da Malásia, desapareceu dos radares enquanto sobrevoava o espaço aéreo ucraniano, tendo caído na zona do leste da Ucrânia, uma zona actualmente disputada entre forças governamentais e separatistas.
Neste voo seguiam a bordo 298 pessoas, das quais mais de 100 eram investigadores na área da SIDA que se dirigiam para uma conferência anual de luta contra o síndrome, que se realizará em Melbourne, na Austrália, durante a próxima semana. Além de todas as vidas perdidas, teme-se agora um retrocesso significativo na pesquisa sobre a doença.
Apesar de não haver ainda nenhuma certeza de quem foram os verdadeiros responsáveis da queda do avião, Barack Obama fez saber que acredita que tenha sido abatido por um míssil terra-ar disparado de uma área controlada pelos separatistas pró-russos.
Fonte: The Telegraph