Um dos ex-responsáveis pelo Gmail e Adsense, fundador do FriendFeed, e entretanto adquirido pelo Facebook, Paul Buchheit, prevê que em 2011 o Google Chrome OS será totalmente canibalizado pelo seu primo Android.
Esta previsão veio a público na passada terça-feira através de um intrigante post na sua própria conta do FriendFeed.
“Previsão: Chrome OS será descontinuado no próximo ano (ou canibalizado pelo Android)”.
A celeuma levantada com esta “profética” declaração obrigou Bucheit a avançar com outro comentário e desta vez mais pormenorizado. Enfatizou que o Chrome OS não acrescenta qualquer funcionalidade extra na gestão de ecrãs não tácteis quando comparado com uma versão facilmente “twekada” do Android.
Alguns dos leitores que participam na discussão defendem a coexistência de ambos os sistemas, argumentando que a própria Apple apresenta um modelo de negócio de sucesso que contempla dois sistemas operativos: Mac e iPhone + iPad. Outros leitores recordam que a aposta da Google com o Chrome OS é a exclusiva computação na Cloud.
Seja qual for o cenário avançado, a opinião de Bucheit vem colocar um grande ponto de interrogação na estratégia comercial da empresa sedeada em Mountain View. Em princípio, o sistema operativo Chrome estaria reservado aos netbooks enquanto o Android equiparia smartphones e equipamentos tablet. No entanto, alguém vem recordar, com pertinência, que actualmente há empresas que não respeitam a linha estratégica definida pela Google: A Motorola, por exemplo, equipa a sua linha de telefones com Android, enquanto a HP e Toshiba são exemplos de empresas que utilizam o Android… mas em Netbooks!
Esta não é a única polémica em torno da Google. Richard Stallman, um dos gurus mais influentes e respeitados pela comunidade OpenSource, alertou esta semana para o facto de a computação na Cloud, conforme é proporcionada pela utilização do Chrome OS, colocar em perigo a privacidade dos utilizadores. Stallman, afirma que ao alocar dados para uma máquina corporativa em detrimento de uma máquina pessoal, o utilizador vê reduzida a protecção que actualmente a lei lhe confere, nomeadamente ao direito de privacidade e reserva de dados, e exemplifica, recorrendo às situações em que os consumidores são alvo de buscas policiais:
A polícia necessita de uma ordem de um tribunal para revistar o domicílio de um cidadão, no entanto, aceder a dados pessoais constantes num banco ou numa operadora de telecomunicações, é actualmente possível e em muitos casos sem qualquer autorização de um tribunal.
Apesar disto, Richard Stallman está convicto que muitos utilizadores continuarão a utilizar as novas tecnologias de uma forma descuidada e desprotegida porque “a cada minuto nasce um tonto”