O projeto GEN10S Portugal foi apresentado esta segunda-feira com o objetivo de reduzir o fosso nas competências digitais e promover a igualdade de oportunidade na área digital entre os mais novos.
Para tal este projeto visa formar 5 mil alunos na linguagem de programação Scratch mas a Associação Nacional de Professores de Informática (ANPI) considera este programa um atropelo aos professores de Informática.
O programa GEN10S Portugal foi apresentado apenas na segunda-feira e já está a gerar muita polémica. Os professores de informática dizem não entender “como a tutela aceita uma situação vinda de entidades privadas a receitar o ‘Scratch’, que por acaso até é um recurso gratuito do MIT [Massachusetts Institute of Technology], [que] pode ser usado por qualquer pessoa, sem ter de pedir autorização a estas entidades“, revela o JN.
A gravidade deste programa está no facto de se estar a ‘impingir’ uma linguagem, referem os professores. Segundo as informações, esta escolha sempre foi da responsabilidade do professor, tanto em contexto formal, como informal, sempre foi uma opção do professor conforme o cenário de aprendizagem, as condições da sala de aula e o projeto a desenvolver.
Afinal o que se pretende é desenvolver competências ou formatar os alunos para o ‘Scratch’? Onde fica a tal flexibilidade curricular? E a autonomia do professor?
Sobre o programa GEN10S Portugal
Em pleno século XXI, numa era cada vez mais digital, torna-se fundamental proporcionar a todos os cidadãos os recursos e oportunidades necessários para assegurar o domínio das novas tecnologias que garantam a sua participação plena e ativa na sociedade.
Em 2015, a Google.org associou-se à Associação espanhola, Ayuda en Acción, para o desenvolvimento do projeto Gen10s que pretende ensinar programação a crianças, promovendo a igualdade de oportunidades na área digital, reduzindo barreiras socioeconómicas e de género.
Dados os bons resultados obtidos em Espanha, a Google.org desafiou a SIC Esperança a implementar o projeto em Portugal, com o intuito de garantir às nossas crianças o acesso às mesmas oportunidades, assegurando que todas as conquistas são baseadas no esforço e mérito, e nunca condicionadas pelo género ou pela situação socioeconómica do seu agregado familiar.
Com este projeto pretende-se formar em programação Scratch, 5.000 alunos do 5º e 6º ano, de todo o país, contribuindo para uma nova perceção de tecnologia nas crianças, demonstrando que elas podem não só consumi-la, como também criá-la, através deste software. O projeto contempla ainda a formação de 500 professores, dotando-os das ferramentas necessárias para a adoção de formas inovadoras de ensino.