A doença do ignorante é ignorar a sua própria ignorância. (Amos Bronson Alcott)
Uma estudante norte-americana foi castigada em plena sala de aula por ter distribuído software livre aos seus colegas. A professora acabou por escrever um e-mail ao programador que o criou, a defender que o software em causa poderia ser ilegal.
O caso teve lugar em Austin, no Texas, onde a jovem castigada foi apanhada pela docente a distribuir uma versão de HeliOS Linux aos seus colegas.
A estudante acabou por ser suspensa e todas as cópias que estava a distribuir foram confiscadas pela professora, que acabou também por enviar um e-mail a Ken Starks, o criador do HeliOS e um dos acérrimos defensores dos sistemas baseados em Linux.
Na mensagem, que Ken Starks disponibilizou on-line no seu blogue pessoal, a docente afirma que «não posso nem apoiar os seus esforços [em defesa do software livre] nem permitir que eles aconteçam na minha sala de aula», alegando que «não tenho a certeza de o que você faz é legal».
Para Karen, como é tratada a docente, «nenhum software é gratuito e espalhar este juízo falso é perigoso. Estas crianças procuram nos adultos um guia a disciplina».
A professora avançou mesmo que «vou investigar isto quando tiver tempo e quero garantir que, se você estiver a fazer alguma coisa ilegal, vou apresentar queixa em tribunal».
Ken Starks respondeu de imediato, afirmando que «em primeiro lugar, se houvesse a mínima hipótese de ter feito alguma coisa ilegal, nem sequer o teria feito».
«Pensar que eu iria envolver jovens em actividades ilegais é um insulto além do ultraje», sublinha o programador.
Na mensagem enviada ao criador do HeliOS, a professora refere ainda que chegou a experimentar o Linux na universidade e defende que as ideias de Starks sobre o seu sistema operativo são «exageradas e baseadas em falsidade».
Karen sublinhou que «este é um mundo onde o Windows corre em praticamente todos os computadores e criar um espectáculo à volta de um sistema operativo não vai ajudar as crianças».
O programador criticou esta referência ao software da Microsoft, defendendo que «o mais perturbador é o facto de que o Austin Independent School District [que integra a escola de Karen] gasta milhões de dólares em software da Microsoft – dinheiro esse que seria mais bem gasto em educar as nossas crianças. Um professor dedicado iria reconhecê-lo e iria defender o software livre», rematou. SOL