Pplware

eShow Lisboa 2013, o futuro e a economia digital

Integrado no Portugal Internet Week’13, decorreu durante os últimos dois dias o eShow Lisboa 2013.

O evento, co-organizado pela ACEPI, teve lugar no Centro de Congressos de Lisboa nos dias 23 e 24 de Outubro e contou com a participação de dezenas de empresas que se têm vindo a afirmar no mundo online, nas mais variadas áreas de acção e de vários oradores de renome.

O Pplware esteve presente e traz-lhe um pouco do que foi este evento e ainda a opinião de alguns dos oradores do debate sobre “O Futuro e a Economia Digital“.

Pelo quarto ano consecutivo, decorreu mais uma edição do eShow Lisboa. O evento tem vindo a decorrer não só em Lisboa mas também em Madrid, Barcelona e São Paulo e o intuito principal da sua organização é a movimentação do comércio electrónico e os negócios online, promovendo o debate de ideias, a troca de experiências e o contacto entre as empresas que vingam, ou querem vingar, nestas áreas.

O eShow Lisboa decorreu no âmbito da “Portugal Internet Week’13“, semana destinada à promoção, educação, análise e orientação da economia digital em Portugal, que acontece desde o início da semana e termina hoje com o “Dia das compras na Net“.

Neste dia haverão promoções ou condições especiais para as compras realizadas nos sites de comércio electrónico participantes, que podem passar pela oferta de portes grátis, de anuidades ou brindes, passatempos com prémios e uma selecção de produtos com grandes descontos.

A edição deste ano do eShow Lisboa contou com a presença de cerca 35 empresas em exposição das mais variadas áreas: marketing digital, soluções de transporte, e-commerce, cloud, soluções de pagamento, alojamento e muito mais. Nos dois auditórios decorreram simultaneamente várias acções de debate e apresentação de casos de sucesso por mais de 60 conferencistas.

Empreendedores que pretendam lançar um negócio na Internet, empresas online que precisem de crescer, empresas anunciantes, agências de publicidade e marketing que queiram melhorar a sua posição na rede e PMEs que vejam a Internet como nova via de negócio, foram o público-alvo deste evento e a adesão foi bastante significativa, os auditórios estavam bem recheados e pelos expositores também havia gente.

Em grande destaque no eShow Lisboa esteve o PME Digital, um programa do Ministério da Economia promovido pelo IAPMEI e ACEPI, com o principal objectivo de divulgação do seu programa de estimulação e inclusão das empresas nacionais na Economia Digital, em particular as micro e pequenas empresas, como forma de desenvolvimento e alavancagem do próprio negócio. Durante a tarde de quarta-feira e todo o dia de quinta, os parceiros da iniciativa promoveram a apresentação das diversas soluções e produtos que estão à disposição das PME. Entre os parceiros estavam empresas como Páginas Amarelas, CTT Expresso, DNS.PT, UNICRE, Vodafone, PT e Microsoft.

De uma forma mais descontraída, foram também promovidos eWorkshops, que visavam a apresentação de casos práticos de sucesso no mundo do e-commerce. Pelo que vi, no primeiro dia, este espaço era mais de passagem, não atraindo muitos visitantes.

Os auditórios estiveram com grande audiência. As conferências no auditório 1 decorreram mais em jeito de debate e contaram com a participação de gente como António Carrapatoso, Chairman da Vodafone Portugal, Paulo Morgado, da Capgemini Portugal, e José Gomes Ferreira, jornalista da SIC, a debater sobre a economia digital como factor de crescimento do PIB. A conversa acabou por incidir mais sobre a política económica actual que propriamente sobre a economia digital.

Outro dos temas em debate foi a regulação da economia digital e os desafios que os reguladores enfrentam, onde em conversa estiveram Fátima Barros, presidente da ANACOM, que alertou para a dificuldade em definir fronteiras e delegar competências a nível de intervenção, no que toca à regulação do comércio electrónico; Luisa Gueifão, presidente da DNS.PT, que vê no domínio “.PT” uma oportunidade e não um entrave aos negócios dos portugueses, porém não foi esclarecedora na sua afirmação; esteve ainda presente no mesmo debate Teresa Moreira, da Direcção Geral do Consumidor, que justificou o papel da DGC na economia digital, bem como as novas competências sancionatórias que adquiriu no ano passado, nomeadamente na área da publicidade.

A este auditório foram ainda trazidos temas como pagamentos, lojas online, transporte e logística, mobile, startups, cloud e social media. No debate sobre transporte e logística estiveram em conversa representantes da CTT Expresso, Sandra Henriques; DHL, Jorge Oliveira; SEUR, Daniel Gamado, Nacex e Chronopost.

De uma forma geral, os oradores não quiseram ver a economia digital como uma dificuldade, mas sim como uma oportunidade de negócio, onde já apresentam várias soluções para esta nova realidade. Estiveram ainda em consenso quando lhes foi questionado acerca da introdução de novos produtos nos seus circuitos de distribuição, como grandes mercadorias, móveis ou mesmo bens alimentares. O “não” foi a palavra escolhida, já que todos preferem aumentar a especialização naquilo que já fazem, e nem demonstraram pretensão em atingir níveis como os da Amazon.

No auditório 2, os oradores foram basicamente apresentar as soluções que as suas empresas têm para oferecer no mercado digital. Os casos apresentados contaram com a participação do brasileiro German Quiroga, CEO da Nova Pontocom, a maior empresa de eCommerce no Brasil, que deixou algumas ideias-chave para o sucesso de uma empresa que trabalhe online, entre elas, a confiança transmitida ao consumidor, para que seja um consumidor satisfeito, como prazos de entrega cumpridos ou reclamações tratadas. A relação com os parceiros comerciais é, obviamente, um factor que German apontou também como essencial para o negócio.

Miguel Mascaranhas e Tiago Carvalho foram expor um pouco do que é o COISAS.COM e a forma como tem vindo a evoluir no mercado e Rui Ferreira teve a oportunidade de dar a conhecer uma nova forma de pagamento online, através da REDUNICRE, bastante semelhante ao Paypal.

 

O Futuro e a Economia Digital

Do forum ligado à economia digital já foram referidas algumas ideias, nomeadamente do painel que abordou o tema da regulação. Mas para que possa deixar aqui a sua opinião sobre estas questões, serão apresentadas algumas ideias expostas pelos oradores sobre o que será o futuro da economia digital. João Couto, Director Geral da Microsoft Portugal, José Martinez Aguiar, Coutry Manager da Google em Portugal, e António Murta representante de Portugal no Forum Digital Champions Europe, falaram sobre dados da economia digital actual, dos riscos e dos desafios para futuro.

João Couto apresentou aquilo que será o futuro. Para ele o futuro passa pela Cloud. Espera-se que pela redução de custos, pela segurança que a Cloud oferece, todos os negócios mais cedo ou mais tarde converjam para este serviço.

Os novos modelos de negócio, as redes sociais e a forma de interacção entre agentes, a mobilidade de informação e a convergência da informação, representam os desafios para o futuro da economia digital apontados por João Couto.

José Aguiar da Google focou o seu discurso na apresentação de dados gerais sobre os negócios online. Apresentou riscos, referiu a importância dos gadgets na vida de cada indivíduo: “gadgets taking over your body and taking over your home”; referiu o crescimento abrupto de dados online nos últimos anos, motivado em parte pelo aumento de pessoas na rede. A Internet no futuro criará milhões de empregos, aumento de exportações e consequente aumento do PIB.

A intervenção de António Murta foi sem dúvida a mais efusiva do painel, que começou por explicar o seu papel no Forum Digital europeu e dar uma breve visão sobre o que é o mercado digital. O grave problema europeu é a falta de agentes no mercado digital e, quando os agentes têm potencial efectivo, são adquiridos por gigantes americanos ou asiáticos.

A agenda digital portuguesa segue, logicamente, o caminho europeu e assenta em três pontos fundamentais:

Foi transmitida a ideia de que muito se tem feito em Portugal para evoluir nesta área, contudo, por falta de agentes privados com iniciativa, muitos dos projectos iniciados ficam por desenvolver.

Por fim foi deixado um desejo pessoal de António Murta para Portugal. O desejo de ser incutida na sociedade a importância da educação contínua, já que só dessa forma a sociedade pode evoluir e atingir padrões de sucesso mais elevados.

Como vê o futuro para a economia digital? E já agora, se esteve presente no evento, o que achou?

Exit mobile version