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É normal o seu gadget avariar depois da garantia?

Nunca sentiu que é bizarro, quando o seu leitor de mp3 deixa de funcionar depois da garantia? Bem, pode ser coincidência ou defeito do material. Mas e se lhe disséssemos que poderá ser de propósito? Propomos-lhe uma reflexão sobre esta temática.

Assim que compra uma nova maravilha da alta tecnologia, se for como eu guarda religiosamente a factura do artigo para se precaver que lhe façam valer os seus direitos enquanto este está dentro de garantia. Porém desengane-se os fabricantes podem andar um passo à frente de você.

Posso falar um pouco ao nível da minha experiência pessoal. Já me aconteceram algumas situações caricatas, uma que me lembro foi da bateria de origem do meu telemóvel ter ficado viciada semanas depois do término dos seis meses de garantia da mesma. Passou de qualquer coisa como quatro dias de autonomia para um dia!

Uma amiga minha, que já teve um leitor de mp3 de uma marca conhecida, começou a ter problemas no regular do som passado um mês da garantia expirar e deixou de funcionar passado muito pouco tempo.

Coincidência? Não, há quem defenda ser propositado certos produtos deixarem de funcionar fora da garantia porque foram assim concebidos. Repare, artigos que durem para sempre não são propriamente lucrativos a longo prazo para uma grande multinacional.

Segundo Giles Slade autor da obra Made to Break: Technology and Obsolescence in America, através de bens comuns para a nossa sociedade desde lâmpadas até automóveis, os grandes fabricantes pertencentes às várias áreas da nossa sociedade, chegaram à conclusão que poderiam aumentar as suas vendas de uma forma muito simples.

E como o poderiam fazer? A resposta a esta premissa é simples, diminuindo o ciclo de vida dos seus produtos. Alguns fabricantes chegam ao ponto de poder prever aproximadamente num espaço de horas quando o seu dispositivo deixará de funcionar, refere Slade.

Porém, as grandes multinacionais não querem que o consumidor pense que está a comprar gato por lebre, por isso asseguram-se que os produtos fabricados durem pouco mais do que a garantia, de modo a causar nestes um sentimento de satisfação de dinheiro bem gasto.

O cálculo de garantia de produtos é uma ciência que tem qualquer coisa como 30 anos. Durante este tempo professores de universidades desenvolveram fórmulas matemáticas para determinar a duração óptima da garantia associada a um produto.

Estes ponderam entre outras variáveis da equação o lucro e a dinâmica térmica dos equipamentos. Por isso não se admire que estas mesmas fórmulas sejam usadas nas grandes empresas tecnológicas.

Claro que algumas pessoas não concordam com esta teoria, nomeadamente os economistas que defendem que tal fenómeno não existe é apenas é uma sensação de consternação provocada pelo fim do dispositivo quando este “morrer” nas suas mãos, certamente não será culpa das multinacionais!

O nome técnico é “aversão à perda”, dado que as pessoas são mais sensíveis devido à sua educação, ao sentimento de perda que ao de ganho, derivado a certos bens materiais terem associados uma memória visual ou recordações.

Coincidência duvidosa ou pura teoria da conspiração, cabe a si tirar as conclusões. Wired

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