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Distúrbios em Londres organizados via BlackBerry Messenger

A mobilidade extra possibilitada pelos novos dispositivos como os smartphones, aliada a uma ligação à Internet, origina que tenhamos no bolso um verdadeiro hub de comunicações para o mundo. Estes gadgets permitem-nos comunicar com os nossos amigos, actualizar informação na nossa rede social, mas não nos trazem só vantagens. Existe um lado negro da sociedade que se adaptou aos novos tempos e pretende também usar esta facilidade para planear de forma organizada actividades criminosas.

Neste fim de semana, Londres mergulhou num clima de violência e distúrbios graves que o Reino Unido já não via há 25 anos.


Nada fazia crer que a morte de Mark Duggan, um residente de um bairro da cidade londrina, causada por um alegado tiroteio entre o mesmo e a polícia, iria mergulhar Londres num ambiente de inferno. Uma manifestação pacífica de familiares e amigos do alvejado em frente à esquadra da polícia de Tottenham, rapidamente foi aproveitada por um esquema bem organizado para causar os referidos distúrbios e pilhagens à cidade londrina.

Faltava saber como os responsáveis destes actos de vandalismo e violência tinham conseguido tal organização. Até agora o Facebook e o Twitter, eram alguns dos meios mais privilegiados em organizar eventos com uma grande adesão das massas. Contudo, os organizadores deste acto habilmente utilizaram um dos grandes trunfos da Blackberry, o seu BBM (BlackBerry Messenger).

A rede do BBM tem características que a fazem altamente apetecível a criminosos. Em contraste com o facto de as redes sociais serem na sua grande maioria, locais virtuais e de domínio público, o BBM permite criar grupos privados onde os participantes têm um número unívoco (PIN) que podem trocar entre si e desta forma proteger a confidencialidade das mensagens trocadas.

É portanto fácil criar uma “darknet” (uma rede social sombra) de influências perigosas, bastando para isso espalhar esses PINs por redes sociais, ou caso se opte por SMS para uma maior camada de privacidade. A adopção dos Blackberrys por redes criminosas, têm neste momento uma grande vantagem, conseguem-se arranjar modelos com um rácio custo / funcionalidade superior ao de modelos de alta gama como o iPhone e alguns modelos Android e a Blackberry tem ainda uma forte presença no Reino Unido.

Os indícios da utilização do BBM surgiram ironicamente nas redes sociais, podendo ser encontrados numa pesquisa rápida ao Twitter. Apesar das redes sociais terem sido o principal meio das pessoas reagirem aos acontecimentos de Londres, a verdadeira actividade criminosa ocorreu de forma mais organizada e privada.

Talvez não tenha sido a primeira vez que o BBM tenha sido utilizado para planear actividades ilícitas em larga escala. Não nos espanta que este método seja utilizado em redes terroristas, ou em cartéis de tráfego de droga. Mas o que existe de novo é que não há registo de casos com tanta notoriedade na comunicação social como este que tenham utilizado a rede de mensagens instantâneas da Blackberry. A reflexão nestes casos é necessária por parte de todos e especialmente das entidades judiciais que se devem adaptar a este novo tipo de criminalidade. [via]

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