Por Dr. Luís Fontão para o PPLWARE.COM
A infecção por VIH/SIDA trouxe à tona muitas fragilidades da sociedade humana moderna. Inicialmente o grupo dos homossexuais masculinos foi o mais afectado, o que rapidamente criou o estigma de discriminação. De seguida a transmissão entre os utilizadores de drogas endovenosas e um novo estigma. Mas, uma infecção que se concentrava principalmente em África e nestes “circunscritos” grupos, em breve se globalizou, tornando-se num problema mundial, transversal, sem género ou grupo social.
Hoje, continuam a existir grupos de riscos, mas as diferenças esbateram-se muito e o problema tornou-se completamente transversal, com as relações heterossexuais a assumirem uma importante percentagem da transmissão do VIH.
Em 2010, cerca de 34 milhões de pessoas estavam infectadas com VIH, em todo o mundo – o maior número de sempre de infectados. Por outro lado a taxa de novas infecções desceu 15%, quando comparado com 2001. Também o número de mortes por SIDA tem vindo a descer nos últimos anos – 1.8 milhões em 2010 (cerca de 2.2 milhões em 2005). Estes números podem ser em muito atribuídos à eficácia da terapia anti-retroviral e do aumento do seu uso em todo o mundo. Estima-se que 2,5 milhões de mortes terão sido evitadas desde 1995, nos países mais pobres, desde a introdução desta terapia.
No entanto, esta perspectiva abre novos desafios. O aumento do número de pessoas a viverem infectadas, o acesso à terapia anti-retroviral, a prevenção e a informação continuarão a ser um desafio para a sociedade, de uma forma global.
Este passado ano foi também um ano de avanços e recuos importantes na investigação da infecção VIH:
- Foi desenvolvida e testada, na Tailândia, uma vacina contra o VIH, com uma eficácia estimada de 26%.
- Na África do Sul, país muito afectado pelo VIH, foi desenvolvido um gel com anti-retroviral, que se mostrou promissor na prevenção da infecção. No entanto noutro estudo, esta hipótese terá caído por terra.
- Foi também publicado um estudo que demonstrava eficácia (cerca de 40%) na toma de anti-retrovirais, de forma preventiva, entre homossexuais masculinos.
Sugestão: Video Ted Talks (muito bom)
Este ano a UNAIDS, organização das Nações Unidas dedicada à infecção VIH/SIDA, apresenta uma ideia ambiciosa: Zero novas infecções, zero discriminação e zero mortes relacionadas com SIDA, plano delineado até 2015.
Para isso propõem uma maior cobertura e melhor acessibilidade das terapias, um diagnóstico mais rápido e precoce, melhores investimentos e maior aproximação das chefias e dos programas de prevenção e as populações, um esforço global e conjunto na abordagem a esta epidemia.
Todos devemos participar deste esforço. Uma sugestão para começar ? Informe-se sobre o VIH/SIDA.