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Como será a Internet no Futuro?

A Word Wide Web, este serviço que nos é tão precioso, foi criada há 20 anos, pelo cientista Sir Timothy John Berners-Lee, de modo a que toda a informação de tornasse simples de dividir e partilhar com colegas.

A Internet, desde o seu inicio, até aos dias de hoje, já sofreu uma grande evolução. Permite-nos, hoje, com a facilidade de um clique, aceder a (quase) todo o lado, e entrar em contacto com (quase) qualquer pessoa de qualquer ponto do mundo. Penso que muitos de nós nem temos noção da imensidade daquilo que ela possibilita e pode proporcionar.


No entanto, estamo-nos a deparar com várias outras mudanças e inovações, como por exemplo, acesso a uma internet mais rápida, em hardware mais sofisticado e pequeno.

O jornalista especializado da BBC, Rory Cellan-Jones, obteve as seguintes informações à conversa com cientistas que tentam prever e antecipar o futuro da Web.

Em baixo são apresentadas algumas dessas previsões, talvez as mais relevantes.

Uma Rede mais Inteligente

Na óptica dos cientistas, a Internet está a caminhar no sentido de se tornar numa rede muito mais inteligente.

O objectivo será, inserirem-se mais dados online, e ensinar a rede a interpretá-los de diversas maneiras, desta forma quando o utilizador, por exemplo, necessitar de efectuar uma pesquisar e procurar online o que procura, os resultados podem ser muito mais precisos.

O investigador da Universidade de Southampton, Nigel Shadbolt, sugere “pense numa rede como um grande banco de dados, descentralizado, que alberga de tudo, desde horários de autocarros, lugares para comer e sites que nos informam onde encontrar a melhor oferta. Esta rede irá oferecer um sistema de buscas muito mais refinadas, como ‘grãos mais finos”

Desta forma, quando digitássemos “próximo autocarro para Lisboa”, não nos iria aparecer apenas várias páginas com a informação referente à informação digitada, mas sim a resposta real como por exemplo “O próximo autocarro para Lisboa desta rede, é às X horas, daquela rede é às Y horas, etc.”.

Uma Rede Omnipresente

Shadbolt faz também parte de uma campanha liderada pelo criador da Web, que tem como objectivo, convencer o público e órgãos privados a disponibilizarem a maior quantidade possível de dados online.

O nosso senso comum indica-nos que, para pesquisarmos, temos que, a partir de um teclado, inserir os dados num browser. Mas Wendy Hall, outro cientista da Universidade de Southampton, indica que isto está prestes a mudas, pois “vamos conseguir aceder à Internet onde quer que estejamos, a fazer seja o que for, sem precisar de nenhum aparelho. Podemos vê-la a partir dos óculos, ou por meio de algum visor que passaríamos a usar”, por exemplo.

Assim sendo, o browser não tardará a desaparecer, e iremos interagir com a Web por meio de aplicativos, como os smartphones.

E também muitos dos objectos que fazem parte do nosso quotidiano estarão ligados à Internet, como é o caso dos nossos carros, casas com sensores, monitorização cardíaca, entre outros, o que resultará numa grande e crescente disposição e fluxo de dados online para o utilizador desta rede.

Todos estes dados serão então armazenados na chamada “cloud”, ou “computação em nuvem”, que são os enormes bancos de dados existentes na Web.

Para Andrew Herbert, do laboratório da Microsoft em Cambridge “de certa forma, esta rede está-se a tornar num grande computador.”

Uma Rede nos Telemóveis

Como muitos de nós estamos já habituados a ver, os telemóveis de hoje já vêm equipados para terem Internet, e todos os serviços que um computador pode fornecer. Desta forma, pode-se afirmar, que o futuro da Internet está nos telemóveis. Até porque, muitas pessoas que, no futuro, irão conhecer a Internet, já não a irão conhecer como muitos de nós, num computador, a partir de um modem, mas sim num sofisticado smartphone.

Tal como tudo, este cenário pode ter os seus pontos menos fortes, pois tal como indica Benoit Schillings, da empresa Myrias Software “Vai-nos tornai ainda mais dependentes da rede. Partimos do princípio que é algo que temos connosco sempre. Então quando perdemos o telemóvel, é um desastre, e agora é uma parte essencial, que mostra como os seres humanos funcionam. ”

Será esta uma Rede Sustentável?


Esta ideia de rede inteligente, e a constante evolução da Internet, é realmente muito cativante, mas temos também que pensar se não haverá consequências menos boas para a vida do ser humano.

Andy Hopper, investigador da Universidade de Cambridge, lidera um programa designado “Computação pelo Futuro do Planeta”, e mostra uma perspectiva optimista em relação ao futuro da Web, pois para ele, esta evolução será marcante para o planeta e uma parte indispensável para a civilização. No entanto, e para isso, está-se à procura de meios e formas para que estas tecnologias de computação possam também ser usadas para controlar e/ou reduzir os custos e consumos de dióxido de carbono.

Exemplo disso está num dos alunos de Hopper, que visa criar um monitor pessoal de energia, com o intuito de usar esta nova “rede de objectos”, para juntar todo o tipo de informações de sensores online, de forma a realizarem a manutenção do uso da energia utilizada.

Quem irá controlar esta Evolução?

Ao mesmo tempo que vemos esta evolução acontecer a passos largos, perguntamo-nos “quem a irá controlar? Será que irá parar? Onde irá parar?”

Apesar de muitos termos noção que com este forte crescimento da Internet, ele poderá vir a perder estabilidade, o líder do desempenho da rede da Arbor Networks, Craig Labowitz, indica que a web vai continuar a depender das grandes empresas que agora controlam o tráfego.

Labowitz afirma que, nos últimos 3 anos, a participação da Google no tráfego global da Internet aumentou de 1% para 10%.

Desta forma a pergunta fica no ar “quem irá controlar o futuro da Internet?”.

Desde sempre que esta rede cresceu sob a alçada de princípios e parâmetros acertados mutuamente, mas agora teme-se que as grandes empresas, ou uma só grande empresa tome conta deste mundo “virtual” e ponha me causa e inovação e a liberdade de expressão.

Wendy Hall afirma mesmo que “não há garantias de que esta rede irá continuara a evoluir de forma gratuita e com parâmetros universais. Se perdermos isso, ou se estes parâmetros forem superados por preocupações corporativas, estão esta rede vai mudar drasticamente”.

A pergunta continua no ar.. Como será a Internet no futuro?

Fonte: BBC

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