O ataque durou, pelo menos, 12 horas, mas foi quase imperceptível para os utilizadores da Internet, facto que já é considerado um êxito na reacção ao problema e que demonstra que o coração da Internet pode manter-se isolado.
Enquanto os utilizadores sentiam apenas um abrandamento no acesso a alguns conteúdos online e eventual falha de entrega de alguns e-mails, centenas de técnicos informáticos por todo o mundo tentaram lidar com o ataque que estava a gerar volumes de informação anormais com o propósito único de saturar as ligações na Internet.
«Ontem à noite apercebemo-nos de ataques que duraram algumas horas. Estavam centenas de operadores a trabalhar em conjunto em todo o mundo para assegurar que o utilizador comum não se apercebesse», disse Paul Levins, director da ICANN – Internet Corporation for Assigned Names and Numbers, entidade que organiza a concessão de domínios e de endereços IP no mundo.
Os servidores atacados estão na base do reencaminhamento do tráfego na Internet. Servem como um livro de endereços que converte as moradas digitadas pelo utilizador em números de IP e direcciona para o site pretendido.
Neste ataque foram atacados três servidores controlados por entidades diferentes: ICANN e o UltraDNS, que gere o tráfego de páginas com sufixos.org. Um estudo realizado no ano passado indicou que falhas no sistema de endereços da Internet podem deixar vulnerável 85% da Web, uma porta aberta para ataques de «hackers» que podem desligar servidores e tornar milhões de páginas inacessíveis.
Segundo Paul Levins, ainda é cedo para analisar o que aconteceu e porquê, mas acredita que muitas máquinas de utilizadores inocentes, infectadas por «hackers», estiveram envolvidas neste ataque.