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Cerca de 1000 pedófilos localizados graças a criança virtual

O combate à pedofilia é um dos grandes problemas das sociedades actuais. A caça aos predadores de crianças parece não ter fim e a Internet já lhes abriu a porta há muitos anos.

Tendo em conta esta realidade, a Terre des Hommes, ONG holandesa, desenvolveu um projecto com o objectivo de alertar para amplitude que o abuso sexual de menores tem na Internet. Para tal, criou uma criança virtual de 10 anos, uma menina, a Sweetie. Em 10 semanas a menina teve cerca de 20 mil contactos de adultos abusadores. Destes, mil foram localizados e denunciados à Interpol. Da lista contam-se 3 pessoas que abordaram Sweetie a partir de Portugal.

Terre des Hommes

A Terre des Hommes é uma Organização Não Governamental de ajuda infantil, que se dedica principalmente ao combate da exploração de crianças nos países em desenvolvimento. Os seus projectos nesta área, quase 300 por todo o mundo, são desenvolvidos, elaborados e executados por parceiros locais, sendo desta forma orientados para as diferentes necessidades de cada população local.

Mantém quatro escritórios regionais, na Indonésia, Sri Lanka, Quénia e Bolívia, responsáveis pela supervisão directa dos projectos e ajuda aos parceiros locais.

Os valores da organização assentam na ideia de dignidade humana, responsabilidade e solidariedade há já quase 50 anos, desde a sua fundação em 1965, na Holanda.

 

Os predadores

No âmbito deste enorme projecto da Terre des Homes, e com o objectivo de alertar para o terrorismo sexual infantil na Internet, a ONG publicou um documentário no Youtube onde mostra o quão desprotegidas estão as crianças na Internet, o dinheiro que é movimentado neste tipo de crime e a possibilidade de identificação do eventuais predadores.

O abuso sexual de menores na Internet é um negócio que se estima que possa movimentar mais dinheiro que a pornografia infantil e são as crianças, principalmente as dos países em desenvolvimento e de famílias mais pobres, que aliadas pelo dinheiro são submetidas a fazer coisas terríveis.

Segundo o FBI e a ONU, estima-se que circulem na Internet, ao mesmo tempo que cada um de nós, cerca de 750 mil possíveis predadores sexuais de menores. Dezenas de milhares de crianças, a partir dos 6 anos, são abusadas sexualmente através de webcams. Contudo, o crime é difícil de provar, o que faz com que, por exemplo, nas Filipinas, país fortemente afectado por este flagelo e caso de estudo da Terre des Homes, até agora, apenas 6 homens tenham sido acusadas.

Por causa disto mesmo, a Organização vem alertar que é urgente, necessário e, acima de tudo, possível infiltrarem-se no meio e apanhar os predadores em flagrante.

Ao entrarem num chat, criaram um perfil de uma menina de 10 anos oriunda das Filipinas. Sweetie. Descrevem que assim que entraram no chat foi como “um enxame à colmeia”, o computador ficou inundado de contactos. O que eles queriam era mostrar-se e obrigar Sweetie a mostrar-se.

O perfil é comum entre eles. Usam nomes falsos, vivem longe, normalmente em países ricos, e pagam com cartões de crédito não rasteáveis. Os locais de eleição são as redes sociais, sites de namoro e salas de chat e na sua maioria são homens que procuram meninas.

 

Sweetie

Sweetie, como já foi referido, foi o nickname escolhido pela organização para entrar na rede. Mas Sweetie teve que ganhar rosto e corpo, já que para manter o contacto e continuarem infiltrados nesta rede era preciso ligar a webcam.

Foi então criado um modelo computacional que se mexe tal e qual como uma menina de verdade. Para tal, foram captados movimentos reais de uma pessoa e adaptados à menina virtual. Desta forma, e sob o comando da Organização, os pedófilos, enquanto julgavam estar sozinhos com uma criança de 10 anos, estavam a ser observados e investigados pela equipa.

Através de pesquisas no Google, no Facebook e noutras fontes públicas, com base nas informações por eles fornecida ao logo da “conversa”, foi-lhe possível criar uma lista de nomes, moradas, números de telefone, fotos e vídeos dos alegados pedófilos. Conseguiram identificar cerca de 1000 homens em apenas dois meses de investigação, de entre os mais de 20 mil com quem Sweetie teve contacto.

Perante todos os factos, a Terre des Hommes entregou todas as provas que foi recolhendo à Interpol, no passado dia 4.

É incrível a lista de países que está envolvida neste mundo, só estes 1000 identificados estão espalhados por 71 países diferentes. A lista conta com pessoas dos quatro cantos do mundo, incluindo Portugal, com 3 predadores identificados. Por exemplo, no Canadá foram identificados 54 homens, na Alemanha 44, na Índia 103 e 22 na Itália.

Marta Santos Pais, Representante Especial sobre a Violência contra as Crianças, Subsecretária-Geral da ONU alerta no vídeo para a urgência do cumprimento das leis, leis que deverão ser severas para estes casos, já que a pedofilia é vista como proibida à base da lei internacional.

Contudo, ainda muito está por legislar, é urgente criar políticas de combate pró-activas que ajudem a apanhar em flagrantes estes homens, mas para isso é necessário que os Governos estejam abertos a criar infraestruturas para que tal venha a acontecer.

O problema e a preocupação crescem com a globalização da Internet. Ela é cada vez mais acessível nestes países em desenvolvimento o que faz com que mais crianças sejam vítimas deste fenómeno.

Mas se quando se fala em abuso sexual aos menores, digamos que físico, parece que não se houve falar em negócio, as crianças são normalmente apanhadas no seio das famílias ou por conhecidos, sendo abusadas às escondidas. Neste caso, do abuso pela Web, na maior parte dos casos, é incentivado/obrigado pelos pais das próprias crianças, que vêem estes abusos como uma forma fácil de ganhar dinheiro.

 

A petição

A Terre des Hommes vem mostrar com este vídeo de que caçar os pedófilos da Internet não é assim tão difícil, já que em apenas 2 meses conseguiram identificar 1000 homens simplesmente através de pesquisas em fontes livres da Internet. E se eles o conseguiram fazer, as autoridades poderão ir mais longe, condenando estas pessoas.

Para ganharem força na sua luta, a ONG promove a assinatura de uma petição, “Paedophile’s dream, child’s nightmare“. Assine também!

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