“Desenhado em Portugal, construído para o mundo”…É desta forma que o BITalino se apresenta desde a sua génese, a quem pega na pequena placa de sensores biomédicos pela primeira vez.
Este caráter foi aliás reforçado recentemente pela nomeação por parte da Comissão Europeia, como uma das dez principais inovações europeias na categoria de Industrial & Enabling Tech do Innovation Radar Prize 2017, onde é a única tecnologia nacional a votação.
Nascido no IT – Instituto de Telecomunicações como solução para um conjunto de problemas associados às tecnologias existentes até então, rapidamente foi possível perceber que o conceito respondia a várias necessidades partilhadas por outras instituições semelhantes. O resultado é que existem hoje milhares de BITalinos a redefinir o ensino, a investigação e prototipagem de aplicações biomédicas um pouco por todo o mundo.
Os elementos diferenciadores são os kits de hardware tudo-em-um de baixo custo, a grande diversidade de software de fácil utilização e ferramentas de desenvolvimento, mas acima de tudo, a comunidade vibrante de utilizadores que continua a crescer, e de onde já surgiram criações tão diversas como um sistema para apoio à reabilitação de doentes com lesões na medula espinal ou o Smart com um detector de mentiras incorporado.
Ainda que o projeto tenha tido como objetivo inicial a criação de sensores para medição de sinais fisiológicos (ex: coração, músculos ou sistema nervoso) na popular plataforma Arduino, atualmente existem mais de 7 variantes do BITalino e a inovação não tem parado. Entre vários outros desenvolvimentos, foi lançada a toolbox BioSPPy para análise dos dados recolhidos, uma cloud para armazenamento e partilha de dados online, e o R-IoT, uma nova base de hardware reprogramável focada na recolha de dados inerciais e na aquisição de dados relativos à posição de objetos no espaço.
Com o licenciamento à +PLUX, o BITalino tornou-se ainda um exemplo de como os centros de investigação podem contribuir para o fortalecimento do tecido empresarial e reforço de competências. No geral, este projeto tem mostrado muito sobre o que de melhor se faz a nível nacional, em áreas onde até há pouco tempo existia pouca tradição (nomeadamente no setor dos dispositivos biomédicos e nas plataformas de hardware e software open source).
A nomeação para o Innovation Radar Prize 2017, é mais uma confirmação de que estamos no bom caminho.