Estamos a acompanhar um dos maiores certames de tecnologia do mundo, a IFA, em Berlim, e um dos pontos fortes deste evento são as apresentações dos smartphones e outros gadgets que fazem parte do segmento mobile. O foco neste segmento é, sem dúvida, o sistema operativo da Google, o Android, que está cada vez mais forte.
Pese o facto dos números do mercado dos smartphones estarem a cair, com o mercado a abrandar de 10,4%, no ano passado, para apenas 1,6% este ano, a verdade é que o Android irá alargar o seu domínio até 2020, segundo antecipa a IDC.
Nunca o mundo teve tantas marcas de smartphones, principalmente marcas de fabricantes chineses. Os preços variam conforme o segmento de mercado mas há de tudo e para qualquer gosto. O mercado Android tem dentro de si um poder de se transfigurar constantemente.
A fazer eco desta realidade, foi divulgado hoje um relatório da International Data Corporation (IDC) que antecipa um reforço do domínio do sistema operativo da Google para dispositivos móveis. A empresa de análise de mercado prevê que a quota de mercado do Android aumente dos actuais 85,3% para 85,7% em 2020.
Quem irá perder terreno?
Segundo a empresa, quem deverá perder terreno será o Windows Mobile, que deverá ver a sua quota cair de 0,5%, actualmente, para 0,1%, daqui a quatro anos.
Há também outros sistemas que irão desaparecer do mercado, sistemas estes considerados residuais, mas que acabarão por alargar a quota do Android.
E o iOS?
Numa primeira ilação sobre estes dados, poderíamos pensar que o crescimento da quota do Android teria reflexo negativo no sistema operativo da Apple. Mas não, segundo a IDC, o segundo maior segmento do mercado dos smartphones irá igualmente alargar a sua quota e cimentar a sua posição.
Os dados apresentados dizem-nos que o iOS deverá ter uma quota de mercado de 14,2% em 2020, acima dos actuais 13,9%.
Seguindo a mesma linha de mercado, que igualmente afecta os dispositivos da Apple, o iPhone irá também crescer, mas a um ritmo mais lento e, como a oferta é sobejamente menos, o crescimento estará abaixo do crescimento dos dispositivos Android.
A IDC prevê que em 2020 as vendas do iPhone cresçam 3,4% em relação ao ano anterior. Já os equipamentos Android deverão ter um aumento de 4,4%. A oferta em mercados como a China é um importante factor para este crescimento.
2016 é um ano de perda para o iPhone
O relatório aponta que o Android, este ano, tenha uma desaceleração face ao ritmo de crescimento previsto para este ano. Crescerá “apenas” 6,7%. Já com o sistema operativo móvel da empresa de Cupertino o cenário é bem pior. Segundo os dados, a venda de iPhones irá cair 12% este ano.
Os rumores sobre a remoção dos fones e a expectativa de uma actualização significativa de hardware em 2017 – o décimo aniversário do iPhone – vão contribuir para a primeira queda anual da venda de iPhones, em 2016
Refere a IDC.
Mercado mundial arrefece
Outro dado apresentado aponta para uma quebra no ritmo de venda de smartphones global. A empresa de análise de dados espera um crescimento na venda dos equipamentos de 1,6% este ano em relação ao ano passado, fixando o valor total em cerca de 1,46 mil milhões de unidades vendidas em todo o mundo. É um crescimento notório mas abaixo dos 10,4% registados em 2015.
Qual a razão deste abrandamento?
Deve-se sobretudo a mercados que estão extremamente saturados. Embora sejam mercados desenvolvidos, como é o caso dos Estados Unidos, Canadá, Europa Ocidental ou Japão, a venda dos dispositivos deverá cair 0,2% este ano.
Pelo contrário, nos mercados emergentes como Ásia-Pacífico excluindo Japão, Europa Central e de Leste, Médio Oriente, África e América Latina, as vendas deverão subir 5,4%.
Na verdade, e segundo a análise da empresa IDC, havendo um crescimento é um sinal positivo. Embora o mercado esteja saturado, este tem a competência de se transfigurar e encontrar novas formas de dinamizar as vendas e o consumo.