O Grande Colisor de Hadrões, o acelerador de partículas do CERN, volta novamente a funcionar depois de uma paragem de três anos.
Com este reiniciar da “máquina”, os físicos, apesar de muitos desafios impostos ao próprio reiniciar um acelerador de partículas, estão confiantes em trazer novas descobertas, em particular sobre matéria escura.
O Grande Colisor de Hádrons (LHC – Large Hadron Collider) voltou a ser ligado nesta sexta-feira, com dois feixes de protões a circularem em sentidos opostos no anel do LHC, de 27 quilómetros, mais de três anos depois de ter sido suspenso para melhorias e manutenção de todo o sistema.
A Organização Europeia para Pesquisa Nuclear – CERN – passou os últimos três anos a fazer trabalhos de manutenção e grandes atualizações no sistema. Agora, o grupo está a prever que o LHC fique a funcionar por mais quatro anos na recolha de dados que os cientistas esperam revelar novos segredos do universo.
Será duas a três vezes melhor, em termos da capacidade para detetar, recolher e analisar dados
|referiu Marcella Bona, físico de partículas da Queen Mary University of London à BBC.
Este verão marcará o início da terceira corrida do LHC, conhecida como Run 3. As atualizações nos últimos anos significam que esta corrida verá um número maior de colisões de partículas e que essas partículas colidirão com maior energia do que qualquer coisa vista em corridas anteriores.
Os cientistas usarão os novos recursos para testar os limites do The Standard Model, uma teoria que explica como as partículas interagem num nível subatómico. Em conjunto com outros estudos, tentarão encontrar novos tipos de partículas e talvez até obter uma imagem mais clara da matéria escura, que os cientistas acreditam ser responsável por uma grande parte do universo. Ainda que a sua existência não tenha sido comprovada.