Durante várias décadas a tecnologia permitiu criar dispositivos que revolucionaram a sociedade. Os nossos avós, lidavam com mega computadores (mainframes) que enchiam salas e apenas faziam cálculos matemáticos. Inesperadamente surgiram os computadores pessoais (PC’s) que foram evoluindo tornando-se cada vez mais leves e com maior processamento.
Nas últimas décadas a computação móvel trouxe-nos os simples telemóveis e computadores portáteis, evoluindo respectivamente para os smartphones e os ultra-portáteis. Com o recém criado paradigma dos tablets será que há ainda lugar para os PC’s?
Segundo o Dr Mark Dean, os PC’s estão destinados a ir pelo mesmo caminho das máquinas de escrever, discos de vinyl e tubos de aspirador. O engenheiro da IBM proferiu a afirmação num artigo de comemoração de 30 anos desde que o primeiro computador pessoal da IBM foi lançado.
Embora a IBM não tenha sido a primeira empresa a produzir um computador pessoal, o lançamento do modelo 5150 do “Big Blue”, em 12 de Agosto de 1981 estabeleceu um marco fundamental, em padrões e design que serviram de inspiração aos PC’s como nós os conhecemos.
Dean afirmou que quando ajudou a desenhar o PC, nunca pensou que fosse viver o suficiente para assistir ao seu declínio. Contudo o lendário engenheiro da IBM, não nega que os PC’s serão ainda bastante usados no futuro, mas afirma que deixarão de ser a “força inovadora” que chegaram a ser. Para Dean foi a interacção que os PC’s proporcionaram que implicaram mudanças em várias empresas e locais de trabalho e originaram uma mudança da sociedade.
O engenheiro da IBM acredita numa tecnologia mais social:
“Está cada vez a se tornar mais claro que a inovação não é despoletada em dispositivos mas em espaços sociais entre eles, onde pessoas e ideias se juntam e interagem”
De modo a se ajustar aos novos tempos da era pós-PC e a suportar as suas ideias o Dr Dean referiu que o seu computador primário é agora um Tablet.
Microsoft identifica a nova era como PC-plus
A Microsoft assinalou conjuntamente com a IBM a data de lançamento do 5150 com uma entrada de blog acerca das mudanças que a própria Microsoft foi protagonista no mercado de PC’s.
Nessa entrada de blog fica patente uma visão da Microsoft um pouco divergente da dos responsáveis da IBM. Frank Shaw reconhece as mudanças no paradigma da computação actual, mas classifica esta era como PC-plus (significa no fundo PC’s mas em diferentes formatos), já que prevê que mais de 400 milhões de computadores pessoais serão vendidos em 2011.
Segundo o responsável da Microsoft o uso pessoal de computadores espalhou-se além dos típicos computadores de secretária e existem nas consolas de jogos, nos dispositivos móveis (tablets e smartphones) e à nossa volta noutros dispositivos, sugerindo uma tecnologia mais ubíqua.
No futuro (e principalmente nos próximos 30 anos) Shaw prevê um cenário de até 6 mil milhões de pessoas a ligarem-se à internet e que o conceito utilizado será combinar esses dispositivos com poderosas estruturas de cloud de modo a que seja fácil criar, procurar, organizar desde documentos a apresentações, passando por imagens e vídeo. O processamento irá ser realizado pela cloud, uma visão que há bastante tempo é partilhada pela Microsoft. [via]
Ao ritmo que nos últimos anos a tecnologia tem evoluído é extremamente difícil fazer previsões fidedignas do que o futuro nos reserva. Mas neste ponto, achamos importante ter em consideração a opinião dos nossos leitores.
Pergunta: Vê-se a utilizar outro dispositivo que não o PC para realizar todas as suas tarefas?