A tecnologia está a evoluir muito rapidamente principalmente nas técnicas dirigidas ao ser humano.
Desta vez, uma equipa de investigadores conseguiu com sucesso enviar uma mensagem de um cérebro para outro, recorrendo a tecnologias não invasivas, a uma distância de mais de 8 mil quilómetros.
Este passo permite que uma pessoa possa comunicar com outra, recorrendo à “telepatia”, havendo entre elas distâncias do tamanho do mundo. Este estudo, da responsabilidade de várias instituições ligadas à Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, é o primeiro que consegue com sucesso uma transmissão cérebro para cérebro entre humanos.
Esta transmissão envolveu um número de tecnologias capazes que enviar uma mensagem da Índia até à França, uma distância de 8046.72 km, sem qualquer técnica cirúrgica ou de qualquer índole invasiva.
Queríamos descobrir se era possível comunicar directamente entre duas pessoas lendo a actividade cerebral de uma pessoa e injectar a actividade cerebral na segunda pessoa e fazê-lo através de grandes distâncias físicas, aproveitando os caminhos de comunicação existentes.
Esta foram afirmações de um dos responsáveis desta iniciativa, Alvaro Pascual-Leone. O resultado foi exactamente o esperado pela equipa. Esta experiência inédita combinou a utilização de electroencefalograma ligado à Internet, assistido por um robô, junto a um estímulo magnético transcraniano guiado por uma imagem para monitorizar a leitura das mensagens transferidas entre as cobaias.
A equipa usou uma configuração semelhante à recorrente utilizada em estudos de interface cérebro-computador. Um sujeito humano teve os eléctrodos colados no seu couro cabeludo, que gravaram as correntes eléctricas no cérebro conforme o sujeito ia tendo um pensamento específico. Normalmente, isso é interpretado por um computador e traduzido para uma saída de controlo, para dar comando a um braço robótico, ou a um drone, por exemplo.
Neste caso o teste recorreu a 4 pessoas, com idades compreendidas entre os 24 e os 50 anos. Foi colocada na Índia uma pessoa emissora da mensagem, enquanto outras três pessoas, que receberam a mensagem descodificada, estavam na França.
Segundo as informações decorrentes deste teste, à pessoa “emissora” da mensagem foram mostradas várias palavras, como “ciao” e “hola” (olá em italiano e espanhol, respectivamente), isto em código binário (sequências de 0 e 1). A cada zero, a pessoa deveria fazer algum movimento, como levantar as mãos. O mesmo valia para cada número um, desde que fosse um movimento diferente, como mexer as pernas.
Como as informações foram inseridas directamente no córtex visual dos participantes, estes conseguiram ler as palavras no seu campo de visão, depois de elas terem sido traduzidas pelo computador ligado ao sistema.
Nesta experiência, os investigadores disseram que este resultado representa um importante primeiro passo para explorar a viabilidade de complementar ou ignorar os meios tradicionais de comunicação, apesar das suas limitações actuais, como as taxas de bits, por exemplo, que eram bastante baixas, cerca de dois bits por minuto. No entanto, mesmo com estas taxas, há aplicações já práticas que podem resultar nesta experiência como, por exemplo, a comunicação com pacientes vítimas de um AVC, por exemplo.
Prevemos que os computadores, num futuro não tão distante, devem interagir directamente com o cérebro humano de forma fluente, suportando combinações de computador com cérebro e cérebro com cérebro de forma rotineira.
São algumas conclusões dos investigadores e cientistas das instituições Beth Israel Deaconess Medical Center, Starlab Barcelona e Axilum Robotics.
Via Cnet