A Internet é hoje o combustível do mundo moderno e todos os dias nascem novos veículos para transportar a Web a cada um de nós. Em 2010 falámos num sistema que fora baptizado de LVX e prometia revolucionar a área da rede sem fios. Em 2011, mostrámos esse conceito em funcionamento.
Chama-se Li-Fi ou “Light Fidelity” e é uma revolucionária tecnologia para comunicação com luz visível 5G que utiliza luz LED para transmitir dados em alta velocidade, cerca de 150 Mbps. Será que vem substituir o tradicional Wi-Fi?
Vamos conhecer esta “brilhante ideia”!
O Nascimento do Li-Fi
Se nos acompanha desde os 2010 lembra-se certamente de já termos falado neste assunto e de em 2011, termos falado no TED, o investigador Harald Haas que demonstrou a sua visão para o futuro das comunicações sem fios, usando pouco mais do que lâmpadas de LED. A conversa também deu origem ao termo “Li-Fi”, que agora é a nomenclatura utilizada para comunicações sem fio em rede bi-direcional usando a luz visível, ao contrário de frequências de rádio tradicionais.
Vale a pena ver estes 13 minutos de vídeo que vão mudar a sua forma de encarar o futuro da Internet sem fios:
Esta tecnologia já tem uns anos, mas não deixou de evoluir. Como foi referido pelo investigador, o feixe de luz pode transportar informações que podem ser usadas em qualquer parte. Os nossos carros podem comunicar entre si, podem comunicar com os sinais luminosos das vias rodoviárias.
A luz das cidades podem ser hotspots para podermos ter Internet em qualquer lugar e é um passo para que a Internet das Coisas, ou a Internet de todas as coisas passar para um patamar realista.
Este movimento está em marcha e um dos principais promotores desta tecnologia, Haas, abriu a sua empresa em 2012, PureLiFi (anteriormente PureVLC) que é uma spin-off da Universidade de Edimburgo. A sua pesquisa contudo remonta a 2008 com o projecto D-Light, que foi financiado e culminou no que conhecemos e apresentado no TED.
Mas já há produtos físicos em funcionamento?
Actualmente já há produtos físicos reais “em estado selvagem”. Haas vendeu o seu primeiro dispositivo Li-Fi para um fornecedores de cuidados de saúde dos Estados Unidos no ano passado. E no início deste ano, a PureLiFi lançou o seu primeiro produto próprio – o Li-1, que se apregoa como o primeiro dispositivo de comunicação luz visível bidirecional disponível publicamente.
Como podemos ver no vídeo, esta tecnologia tem já uma maturidade que permite voos mais altos e ter, em termos de segurança, vantagens face a outras tecnologias, visto ser restrita e confinada ao espaço.
A Li-1 oferece uma capacidade de 5 Mbps nos canais de uplink e downlink, cobrindo uma gama de “até” três metros. E sim, o utilizador beneficia de um espaço de trabalho bem iluminado também, sem perda de qualidade.
Um dado importante é a demonstração da tecnologia Li-Fi com velocidades acima dos 10 Gbps.
Este tipo de tecnologia, pelo conceito, está a ser vista como muito segura e então poderia ser uma alternativa para integrar locais tipo bancos ou edifícios governamentais. Mas há inúmeras outras aplicações possíveis para a sua utilização.
Li-Fi permite controlo total e segurança total
O controlo desta tecnologia permite que todo o conteúdo possa ser adaptado para locais específicos através de ‘cercas ou vedações’, para que quem envia os dados saiba exactamente quem está a receber e em que sítios está a receber, filtrando por tipo de dados e mesmo por lugares dentro da mesma sala.
A tecnologia permite mesmo que um utilizador possa passar por várias lâmpadas e receba feixes de luz pelo caminho até ao seu destino, sem nunca perder a ligação ao seus dados.
Portanto, este é um cenário potencial: lotes de holofotes numa sala, com pessoas a circular com o seu tablet, cruzando vários feixes e mantendo sempre a conexão, constante e em todos os sítios.
Li-Flame
A empresa está a trabalhar num mecanismo mais exacto. Chama-se Li-Flame e é um sistema que pretende criar o equivalente a uma rede sem-fios, transformando as lâmpadas de LED em pontos de acesso wireless, que de forma efectiva permite que qualquer utilizador se mova entre fontes sem perder a ligação. A Li-Flame também terá uma unidade móvel que será anexada ao nosso dispositivo móvel (portátil, tablet ou smartphone por exemplo) tornando-o compatível com a conectividade LED.
Esta tecnologia está já a ser testada por uma empresa de fabrico de aviões. Segundo Haas, a empresa espera com esta tecnologia diminuir o peso, evitado cabos e fornecendo a cada passageiro uma ligação à Internet logo por cima das suas cabeças, usando a existente luz de leitura.
Então… será esta a tecnologia a “assassina” do Wi-Fi?
Não será um cenário previsível para os próximos anos, contudo, e depois de resolver alguns obstáculos, poderá acontecer, até porque tem muitos benefícios face ao Wi-Fi, 250 vezes mais rápida. Também há dúvidas que estão a “ensombrar” esta tecnologia, porque afirmam que tem de haver linha visível para funcionar, ao qual o investigador rebate dizendo que a luz dobra um obstáculo e o feixe pode ultrapassar certas barreiras.
No ar, no fundo mar, no dia a dia, na estrada, dentro de casa, nos hospitais, em qualquer lado, a luz pode ser o meio mais simples de passar dados… este sim pode ser o conceito que levará os responsáveis a apostar nesta tecnologia.