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Há uma sanita que transforma urina em água potável e fezes em cinzas

Foi em novembro que Bill Gates apresentou uma sanita bastante inovadora. De acordo com as informações, a sanita não necessita de água ou ligação a sistemas de saneamento e transforma os dejetos em fertilizante, o que poderá reduzir a mortalidade infantil nos países mais pobres.

Bill Gates lançou o desafio para se reinventar o conceito de sanita e o engenheiro português Pedro Talaia ajudou.


Batizada de “sanita de nanomembrana”, esta foi uma das 20 soluções apresentadas pelo próprio Bill Gates durante uma cimeira que aconteceu na China e cujo tema principal era o saneamento.

Em termos de ‘design’, esta sanita não difere muito das que conhecemos, no entanto é tecnologicamente evoluída. Em declarações ao jornal PúblicoPedro Talaia revelou que

A parte de trás é a de processamento e a que vai garantir uma grande capacidade de higienização.

O engenheiro português refere ainda que

Na parte da frente, temos um tanque dividido em dois: a parte tradicional e por baixo uma espécie de malga que roda.  

Quando o utilizador quer despejar os dejetos, tudo o que tem de fazer é fechar o tampo da sanita — um mecanismo que funciona mesmo sem eletricidade nem canalização. A bacia é limpa nesse movimento, graças a uma lâmina de silicone, independentemente da natureza dos resíduos — papel higiénico, pensos higiénicos, urina ou fezes.

Por baixo há um tanque para recolha, onde os resíduos líquidos permanecem até transbordar. Quando isso acontece, são conduzidos para uma nanomembrana, aquecidos e, pela condensação, transformar-se-ão em água — que em teoria deve ser potável. 

Os sólidos ficam na zona traseira da sanita onde é feita uma pré-secagem dos materiais que a seguir serão incinerados. No final os dejetos passam a cinza que pode ser usada como fertilizante.

Vejam como a sanita funciona

Segundo a Unicef, quase 900 milhões de pessoas não têm escolha senão fazer as suas necessidades ao ar livre. Só na Índia, estima-se que sejam 150 milhões.

A mesma fonte estima que 480.000 crianças com idade inferior a cinco anos morrem todos o anos de diarreia, muitas vezes por beberem água ou comerem comida contaminada pelos esgotos. Assim, provavelmente para o ano 2020, este tipo de equipamentos devem estar no mercado a preços “que se possam pagar”.

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