Um dos sectores que tem vindo a “capturar” tecnologia para os seus produtos é o automóvel. Cada vez mais temos os veículos com dispositivos inteligentes que interagem com o condutor, as próprias marcas de dispositivos móveis assediam os fabricantes para haver uma cooperação tecnológica.
Um exemplo dessa evolução tecnológica chega-nos da americana Ford. O seu carismático Ford GT é considerado o automóvel com a mais alta tecnologia em utilização no momento. Além disso, este bólide traz uma herança do afamado Ford GT40, que ficou conhecido no Le Mans 1966.
Nesse sentido como tributo ao Ford GT40, a Ford criou um carro do futuro que pode ser usado hoje, sim, no presente!
A estratégia da gigante automóvel é enfrentar a sua concorrência mais directa no sector dos carros “tecnológicos” como é o caso da Google ou até mesmo da Tesla. E uma das evoluções mais interessantes neste novo automóvel são os 28 processadores capazes de processar mais de 10 milhões de linhas de código embebidas no sistema. Na sua totalidade, estes 28 processadores conseguem gerar mais de 300 MB de dados por segundo.
Um carro com 28 processadores?
Mas serão os 28 processadores algo de impressionante? A resposta é simples, não. A questão realmente impressionante é a forma como a Ford conseguiu interligar tudo isto, a tecnologia do motor, a tecnologia aero e a tecnologia dos materiais, tudo dependente de uma lógica computacional.
Começando pelo motor, ao contrário da Ferrari, da Porsche e de outras grandes fabricantes de nível mundial, que actualmente exploram tecnologias eléctricas e híbridas de próxima geração, a Ford pelo contrário optou por um motor a gasolina twin-turbo V6, o que abre a porta aos engenheiros da empresa para uma maior aerodinâmica, fazendo o Ford GT muito mais rápido nas curvas e no mecanismo de travagem.
Outro factor muito importante presente neste novo Ford GT é a sua asa traseira. Em modo de condução normal, a asa traseira irá permanecer retraída, na sua posição normal, mas com o aumento da velocidade, esta asa irá subir dinamicamente, aumentando a aerodinâmica, a estabilidade em linha recta e uma maior aderência nas curvas. Para além disso, quando é seleccionado o modo Pista, a asa traseira irá subir para uma posição de travagem a ar, o que sem dúvida irá ser muito útil para os pilotos, principalmente nas curvas.
Turbo Lag
Quase todos os veículos que possuem um motor turbo, sofrem sempre um pouco com esta questão, contudo, segundo o engenheiro da empresa, Jamal Hameedi, no novo Ford GT isso não acontece, muito por culpa da lógica computacional embutida no turbo EcoBoost e do sistema de injecção de combustível.
Quanto à sua construção, todos os painéis do corpo do novo Ford GT foram desenvolvidos em fibra de carbono leve e de alta resistência, possuindo também na sua parte frontal e na sua parte traseira componentes de alumínio, que também se caracteriza por ser um material muito leve.
Anel de fogo
O ar frio entra nos intercoolers através das malhas da frente, depois, todo o ar quente que é gerado pelos intercoolers é encaminhado para o “Anel de Fogo LED” na parte traseira do automóvel.
Quanto à sua comercialização, o novo Ford GT estará disponível em 2016 e será sem dúvida dirigido a consumidores sem grandes preocupações quanto eficiência, mas sim com o desempenho, pois com este veículo a Ford pretende quebrar recordes de desempenho em Nurburging.
O conjunto faz a diferença
Como podemos ver, este bólide tem processadores que controlam praticamente tudo dentro e fora do habitáculo, quer das dinâmicas activas quer as passivas, isto sem contar com os aspectos de segurança e de conforto. Tudo está devidamente computadorizado e centralizado, é uma máquina que nos permite imaginar como será de agora em diante o futuro destas peças de arte que vemos passar nas estradas. Um dia, a peça mais importante do carro não será o motor, será o computador!
Por Hugo Sousa para PPLWARE.COM