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E se o ecrã do seu smartphone fosse um sensor biométrico?

Os sensores biométricos começaram a chegar aos dispositivos móveis como forma de garantir uma segurança adicional aos utilizadores. Estão para já apenas disponíveis nos equipamentos de topo, em parte por serem componentes mais caros e por serem também um elemento exclusivo.

Mas e se qualquer smartphone tivesse essa capacidade, mesmo os que estão actualmente no mercado? Foi isso que uma equipa de investigadores do laboratório de pesquisas do Yahoo conseguiu agora criar, lendo apenas o ecrã de qualquer smartphone.

Todos os elementos de segurança que foram recentemente introduzidos nos dispositivos móveis pretendem facilitar o processo de login e procuram eliminar ao máximo a utilização de passwords, ao mesmo tempo que garantem a máxima segurança.

O Bodyprint, um sistema criado por uma equipa dos laboratórios de investigação do Yahoo quer trazer esses mesmos sistemas de autenticação para os dispositivo que não têm incorporados os sensores biométricos de autenticação, usando o ecrã capacitativo como forma de reconhecer as impressões corporais dos utilizadores.

Para já o sistema tem a capacidade de reconhecer as impressões das orelhas dos utilizadores, permitindo que estes atendam qualquer chamada com o simples encostar do dispositivo ao ouvido, sendo apenas autorizada a utilização (atender da chamada) ao dono do equipamento.

A ideia é que o Bodyprint consiga substituir a utilização de códigos de desbloqueio, sendo estes substituídos pela simples leitura de, neste caso, da impressão auricular do utilizador.

Mas os criadores do Bodyprint querem alargar a sua utilização e conseguir obter leituras fidedignas de outras partes do corpo, garantindo assim que este mecanismo não se limita ao atendimento de chamadas, podendo ser usado para aceder, por exemplo, a áreas protegidas e a ficheiros pessoais, requerendo uma autenticação biométrica.

Para já é possível usar, para além da orelha, a palma da mão, os nós dos dedos, o punho ou os próprios dedos.

Todas estas leituras não têm a qualidade e o detalhe que os sistemas usados nos equipamentos topo de gama, mas conseguem garantir a qualidade suficiente para distinguir e identificar o utilizador.

Mas e de que forma pode o Bodyprint substituir os actuais sensores e como consegue atingir o grau de detalhe que estes têm?

Na verdade não consegue se for usada a mesma escala que estes usam, mas ao alargar a área de validação acabam por conseguir o detalhe necessário para a correcta validação.

Os criadores do Bodyprint dizem que este sistema consegue já um grau de precisão elevado e que em 99,52% das vezes a identificação é correcta.

O único senão que existe para já é que tem uma taxa de rejeição muito elevada, não permitindo o acesso aos utilizadores certos em mais de 20% das vezes. Este valor aplicação a todas as zonas de autenticação, sendo a das orelhas muito mais baixa, com 7.8% de rejeições.

Mesmo com todos estes factores negativos, o Bodyprint é um sistema muito recente e que faz uso de uma técnica que será de certeza aprimorada nos próximos anos.

Os próprios sistemas de leitura de impressão digital que agora entendemos como sendo seguros demoraram alguns anos a terem a maturidade e qualidade desejada, o que dá ao Bodyprint muito tempo para evoluir.

Esta nova técnica vem provar que não são necessários mecanismos caros e exigentes para dar alguma segurança aos equipamentos móveis. Ainda tem muito que evoluir, mas os primeiros passos estão já dados e será provável que se veja o Bodyprint no mercado em breve.

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