Se dúvidas houvesse, por aqui conhecemos muitos tira-teimas que comprovam que a tecnologia é, efetivamente, um aliado em várias frentes. Desta vez, conhecemos um dispositivo que, recorrendo a inteligência artificial, consegue detetar bolsas de mão falsificadas.
Seja homem ou mulher, caso queira garantir que um artigo de luxo é original, esta poderá ser uma boa forma de perceber.
Com o mercado dos artigos de luxo a reunir tantos adeptos, as falsificações são uma constante e nem todos os interessados têm a capacidade de perceber quando estão a ser enganados. Afinal, Lucía De La Calle, perita da loja de bolsas de luxo em segunda mão, Del Páramo Vintage, em Valladolid, revelou que “uma imitação pode ser espetacular”.
Muitas vezes até o meu olho, que penso estar bastante treinado, é incapaz de distinguir.
A especialista mencionou que existem vários elementos que podem ser analisados, por forma a perceber se um artigo de luxo é falsificado, ou não. Desde os tecidos, às correntes, passando pelo peso, pelas costuras, fios, forros, etiquetas, entre outros. Embora possa parecer insignificante, poderá fazer a diferença na hora da comparação.
Inteligência artificial deteta falsificações
Durante uma análise a uma bolsa da Louis Vuitton – que, a par da Chanel, é a marca que mais falsificações conhece – Lucia De La Calle deu a conhecer um dispositivo preto, volumoso, com uma lente incorporada. Depois de abrir a aplicação da Entrupy, o sistema que utiliza inteligência artificial guiou-a através de um processo de autenticação.
Esse processo implica que o utilizador selecione, caso conheça, o tipo de pele e o modelo da bolsa. Depois, implica a captação de fotografias de vários ângulos do exterior, e vários ângulos do interior. Por fim, a lente que o dispositivo possui amplia a bolsa até 260 vezes, por forma a identificar diferenças que possam ter passado despercebidas, bem como falhas na cor e no tecido. Em questão de segundos, o dispositivo que utiliza inteligência artificial é capaz de identificar elementos que levariam muito mais tempo a um olho humano.
A partir da nossa aplicação, pedimos aos nossos utilizadores que escolham o modelo da bolsa à sua frente e tirem uma série de fotografias, depois carregam essas imagens para a nossa nuvem. O que está nessa nuvem é um conjunto de algoritmos que permite a cada marca autenticar qualquer modelo que tenha.
Temos mais de dois mil métricas para usar em cada imagem para analisar e ajudar o algoritmo a tomar a decisão. Assim, este conjunto de algoritmos no final faz um relatório onde diz ‘sim’ ou ‘não’. Ou, por outras palavras, ‘real’ ou ‘falso’.
Explicou Vidyuth Srinivasan, cofundador e CEO da Entrupy.
Além disso, referiu que o algoritmo tem vindo a ser treinado por milhares de imagens, ao longo do tempo, e que melhora à medida que recebe mais utilizadores e fotografias, que se traduzem em dados.
Quando começámos, não queríamos ter um dispositivo externo, porque como empresa pensamos ‘quantas pessoas vão querer um dispositivo’, mas depois percebemos que com a qualidade das falsificações agora e o nível a que as boas falsificações são feitas, não podíamos contentar-nos apenas em ser capazes de detetar as falsificações fáceis, tínhamos de chegar às difíceis. Para resolver este problema, tivemos de ser capazes de obter imagens a um nível em que se pudessem ver diferenças enormes, talvez não para alguém, mas para o olho treinado do nosso algoritmo.
Disse o CEO da Entrupy.
O objetivo do dispositivo de inteligência artificial é evitar as falsificações e garantir que as pessoas estão seguras aquando da compra de um artigo de luxo. Segundo Vidyuth Srinivasan, a Entrupy está tão confiante da fiabilidade do seu sistema que, em caso de erro, a empresa devolverá o dinheiro que um cliente tenha pagado por uma falsificação.