Nos finais de 2012, demos a conhecer o CubieBoard – o concorrente directo do PC Raspberry Pi. Na sequência da nossa colaboração com a INMotion, recebemos recentemente este mini-PC que hoje apresentamos em detalhe. Na prática, este equipamento é mais potente que o popular Raspberry PI e o preço é também muito atractivo.
Com a recente popularização dos chips ARM super baratos, apareceu nos últimos meses uma onda de devices, na sua maioria de origem chinesa, que grosso modo, podem ser divididos em 2 categorias: os media-players (também conhecidos como mini-PC ou TV dongles), e os development-boards.
Os primeiros são direcionados ao publico em geral, tendo como principal função o entretenimento, p. ex. a visualização de filmes na TV usando o XBMC. Já os segundos tem funções didáticas, ao exporem um certo numero de pinos de entrada/saída, permitindo por exemplo a sua utilização em projetos de robótica.
Hoje vamos conhecer detalhadamente um dos mais conhecidos development-boards, o Cubieboard, baseado no já famoso SoC AllWinner A10, um ARM Cortex A8, que pode ser encontrado em inúmeros smartphones e tablets.
O Cubieboard é um mini-PC bastante pequeno (10x 6cm), expansível e low-cost. Comparando com outras boards SoC (System-on-a-chip), o CubieBoard tem melhor desempenho, suporta SATA e tem 96 IO pins.
As especificações do Cubieboard são:
- SoC – processador AllWinner A10 1GHz ARM cortex-A8 NEON, VFPv3, 256KB L2 cache. com um GPU Mali400
- Memoria – 1GB DDR3 @400MHz RAM, 4GB Nand Flash
- Armazenamento – 1 slot micro SD, 1 porta HD SATA
- Saída de Vídeo – HDMI 1080p
- Conectividade
- Ethernet 10/100M
- 2 USB Host
- 1 USB OTG, 1 sensor IR
- 96 pinos de expansão, incluindo I2C, SPI, RGB/LVDS, CSI/TS, FM-IN, ADC, CVBS, VGA, SPDIF-OUT, R-TP, etc.
- Suporte para redes Wireless
- Suporte para os sistemas operativos:
- Android, Ubuntu,Fedora 19, entre outras distribuições
Desde já é bom salientar que, para aproveitar todo o potencial que este tipo de brinquedos nos pode oferecer, são necessários alguns conhecimentos básicos de Android e/ou Linux.
O CubieBoard não é um produto virado para o utilizador final, mas sim uma placa-de programação na qual vamos poder ligar sensores,display LCD, reles, motores, e muitos outros, para além de podermos escrever o nosso próprio software.
Existem duas formas para funcionar com o CB, uma é usar o Android (ele traz de origem instalado uma versão básica do Android 4.0, sendo aconselhável efetuar o upgrade para um firmware mais recente, que pode ser descarregado na página de downloads).
Ligando por exemplo a uma TV, através da porta HDMI, e correndo o XBMC pre-instalado, ficamos com um media player muito poderoso, capaz de ler quase todos os formatos de vídeo existentes, em 1080p com descodificação por hardware.
Podemos ainda juntar um HD Sata, Wi-Fi via USB (atenção que apenas alguns adaptadores são suportados pelo Android…) e um app de Bittorrent, e teremos uma excelente opção para armazenamento e reprodução de vídeo para toda a família!
Outra das formas mais simples para correr Linux é através do Berryboot.
O CubieBoard traz consigo um cabo SATA e um cabo USB. O utilizador deverá adquirir um transformador de 5v/2.5A que é suficiente para para alimentar a placa e também alguns acessórios extra como é o caso dos discos SATA de 2.5”.
Como referido, o Cubieboard pode correr a plataforma Android ou a nossa distribuição Linux favorita, o que significa que podemos transformar a nossa TV numa Android TV (via interface HDMI) ou por exemplo numa NAS, uma vez que este oferece uma interface SATA e Ethernet. Em próximos artigos iremos deixar alguns tutoriais sobre este pequeno mais potente equipamento. Caso pretendam adquirir um equipamento deste tipo, podem consultar aqui informações sobre o mesmo.
Desde já o nosso agradecimento a Inmotion pela cedência do equipamento para realização de uma análise e tutoriais. Um agradecimento também ao Jorge Gonçalves pela elaboração de parte do texto e pela partilha do seu know how relativamente ao Cubieboard.