Embora o carregamento sem fios apenas esteja disponível para uma pequena percentagem de dispositivos, a verdade é que é uma tecnologia que está a evoluir e que, num futuro próximo, fará parte do nosso quotidiano.
Nos equipamentos eletrónicos, esta tecnologia já existe desde os anos 90 na escova de dentes recarregável da Oral-B, no entanto, esta só passou a estar disponível nos smartphones em 2012, isto falando sem recorrer a acessórios externos. Quem se lembra do Nokia Lumia 920 e 820 e dos muitos outros que se seguiram, como o Nexus 4 e 5?
Como funciona esta tecnologia?
Existem, atualmente, dois standards sobre o carregamento sem fios: o QI, produto de um grupo de empresas chamado Wireless Power Consortium e o PowerMat da Airfuel Alliance. Ambos usam o “acoplamento indutivo ressonante” que basicamente envolve duas bobinas, uma de um transmissor e outra de um recetor, de modo a criar uma ligação elétrica.
O acoplamento indutivo ressonante, que também é chamado de transferência de energia indutiva ou ressonante, funciona com a corrente contínua (DC) que é fornecida ao sistema de carregamento por uma fonte de energia. Na bobina transmissora, esta energia é convertida em corrente alternada (AC) dentro do próprio transmissor. Esta corrente elétrica dá energia à bobina do transmissor, fazendo com que esta gere um campo magnético. Ao colocar uma bobina recetora perto, induz a corrente alternada para dentro da bobina recetora.
A grande diferença para o carregamento ressonante é que esta oscilação da corrente aplicada à bobina cria uma frequência específica, criando assim um campo magnético à volta da bobina emissora. Como a bobina recetora está à mesma frequência que a emissora, é criado um campo magnético entre elas, convertendo a oscilação da corrente em energia. Esta permite ainda que um emissor tenha mais que um recetor e que esteja até uma distância de 2,5 metros.
Quais os benefícios?
A vantagem clara está, obviamente, na capacidade de carregar um aparelho sem a necessidade do uso de fios. Os carregadores podem também estar facilmente incorporados em objetos do dia a dia, como numa mesa ou mesmo nos nossos carros onde também já se vê a sua integração.
Outra das vantagens, esta perspetivando o futuro, será ainda quando conseguirmos carregar todos os equipamentos sem necessidade de qualquer tipo de fios.
Infelizmente, o carregamento sem fios, é ainda um processo muito ineficiente sendo que quase metade da energia é perdida durante o processo, dependendo da tecnologia utilizada, ressonante ou por indução. Caso estejam em contacto, a superfície de carregamento e o dispositivo, o desperdício é inferior, no entanto, é extremamente alto.