Há um mercado enorme, rico e próspero no que toca a máquinas vending ou máquinas de venda automática. Portugal, comparado com outros países, ainda é muito conservador quanto à escolha destas máquinas. No Japão, por exemplo, há uma variedade de máquinas com uma variedade de produtos absolutamente inacreditáveis. Pode até duvidar mas há máquinas vending de carros (Smart), de calças jeans, pizzas, gravatas, lagostas vivas, barras de ouro, de papel higiénico e muito mais.
A Coca-Cola, porque este mercado é forte e a marca sabe disso, está a trabalhar em máquinas de venda automática com inteligência artificial. Tudo isto para inovar na experiência de compra.
A Coca-Cola, com o intuito de inovar e melhorar a sua presença no mercado de consumo, moderno e digital, quer recorrer à inteligência artificial (I.A.) por forma a poder transformar a experiência de venda e, com isso, inovar na forma como projeta o futuro. A ideia é usar a I.A. para ter uma relação mais direta e próxima com o consumidor obtendo informações mais precisas e pró-ativas das necessidades e desejos dos clientes.
Da Nova Zelândia para o mundo
Masterton, Nova Zelândia, – uma cidade onde as ovelhas são mais numerosas que as pessoas – é a casa despretensiosa de um escritório da Coca-Cola Amatil que hospeda uma dos mais inovadoras incubadoras do talento técnico no sistema global da Coca-Cola.
Nesses humildes escritórios escondidos ao lado de uma estação de autocarros, Andy Kerr e a sua equipa estão a moldar o futuro das máquinas de venda automática. O futuro passa pela Inteligência Artificial.
A história das máquinas inteligentes
Amatil Australia e a Amatil NZ, duas subsidiárias da gigante dos refrigerantes, possuem quase 26 mil máquinas de venda automática na área que tutelam. A atualização de uma dessas máquinas pode exigir até 45 minutos de reprogramação no local.
Kerr, gerente geral da Amatil de serviços de sistemas de vendas, encetou uma renovação no sistema que não só melhora o processo de programação, como também redefine a experiência do utilizador. Esta ideia começou em 2015 quando a equipa de Kerr foi desafiada a transformar as interações dos clientes com máquinas de venda automática em experiências comparáveis ao que as pessoas podem ter numa loja de revenda, num café, por exemplo.
A equipa de Kerr queria uma máquina de venda automática que pudesse oferecer serviços especiais, acompanhar as vendas, prevenir as necessidades de manutenção e reabastecimento e aceitar pagamentos móveis. Alguma tecnologia necessária estava já em utilização nas máquinas em uso, estas unidades apenas precisavam de ficar mais inteligentes.
No vídeo abaixo podemos ver a entrevista do diretor geral de inovação digital da Coca-Cola – Greg Chambers, no evento Mobile Beat:
A equipa criou assim um kit, compatível com as máquinas mais populares no mercado, que iria permitir à empresa controlar os sistemas de venda digitalmente através da cloud. Uma vez que as máquinas estão ligadas à cloud, a empresa pode fazer ajustes nos preços, de forma remota, e isso poderia ser usado para os consumidores fazerem a compra antes de chegarem à máquina, bastando usar o smartphone.
Coca-Cola, as apps e as redes sociais
Do processo remoto apareceram as apps com o suporte das redes sociais. A empresa criou uma nova aplicação móvel, que tira proveito da ligação cloud à máquinas, e dessa forma aproxima-se de maneira mais intimista do utilizador. Para tornar esta “relação mais humana” foi igualmente criado um bot no Facebook Messenger, que dispara mensagens personalizadas, mensagens essas que têm como base os dados recolhidos sobre a atividade do consumidor no Facebook.
Esta aplicação permite encomendar o produto, fazer o pagamento e indicar onde será levantada a Coca-Cola adquirida. Com base nas utilizações destas máquinas, a empresa recolhe dados relevantes sobre o comportamento dos consumidores e isso permite criar novos produtos e serviços.
Usar a I.A. e adaptar a oferta ao mercado
Recorrendo à I.A., conjugado com o software e o hardware, permite a Coca-Cola ajustar digitalmente os preços dos produtos vendidos nas máquinas vending e oferecer descontos e promoções em localizações específicas. Além disso, pode adaptar o comportamento destes pontos de venda à localização: mais ativas em centros comerciais e espaços de entretenimento, mais discretas e funcionais em hospitais, por exemplo.