Quando o apelo é feito à criatividade das pessoas, são esperadas boas ideias que possam mitigar problemas. Por exemplo, como aconteceu na cidade de Ulm, onde foi lançado um programa para ajudar os sem-abrigo a encontrar um teto em situações de emergência.
Logo houve quem respondesse com algo tão simples como uma caixa, ou um ninho, para onde os sem-abrigo se podem escapulir e proteger do frio do inverno.
Apoio durante os invernos rigorosos
Conforme sabemos, há cidades que disponibilizam abrigos, para que quem não possui um teto possa ficar protegido e abrigado em momentos mais rigorosos. No entanto, existem também pessoas sem-abrigo que se mostram bastante reticentes em usufruir deles, bem como possuem, por exemplo, animais, interditos nesses espaços.
Apesar de não existir como alternativa, o projeto pode ser uma opção em situações de emergência e pretende aprender sobre novas formas de fornecer apoio na prevenção de morte por hipotermia em pessoas que vivem na rua.
Portanto, uma equipa criou e produziu à mão um conjunto de cápsulas onde os sem-abrigo podem dormir e manter-se quentes durante o inverno. Uma ideia que surge em resposta da proposta feita pela cidade de Ulm, no sul da Alemanha.
Apesar de ainda estar na fase piloto, as cápsulas, à quais foi dado o nome de Ulmer Nest, foram pensadas de forma a albergar duas pessoas. Além de bem isoladas, podem ser trancadas, aumentando a sua segurança, e possuem painéis solares e espaço para pertences e um animal de estimação.
Cápsulas modernas e adaptadas aos sem-abrigo
Inicialmente, a equipa reuniu-se para desenvolver um projeto diferente: queriam organizar-se e estar prontos para resolver qualquer problema que quem os procurasse tivesse. Posteriormente, souberam da iniciativa da cidade de Ulm e logo direcionaram os seus esforços para resolver.
Conforme explicou Florian, um dos membros da equipa, a visão inicial passou por várias afinações e testes até chegar ao ponto desejado pela equipa. Aliás, estão a ser testadas desde o inverno do ano passado e têm sido alvo de vários acertos. Além disso, utilizaram um sistema de Realidade Virtual para perceber a sensação de estar dentro das cápsulas.
Então, para este inverno, a equipa alterou alguns detalhes nas portas, de modo a melhorar a utilização por parte, tanto dos sem-abrigo, como dos assistentes sociais que os controlam. Além disso, trabalharam para melhorar as condições de isolamento, gestão climática e de humidade das cápsulas.
Mais, a equipa melhorou a conectividade das cápsulas, integrando-as na rede wireless da própria cidade.
Cidade reagiu muito bem às cápsulas
Apesar de as cápsulas estarem já em campo, foram disponibilizadas em pequena escala. Porém, Florian revela que a equipa está a avaliar as diferentes direções que pode percorrer com os ninhos e até onde os pode levar. Se mais cidades se interessassem pelo conceito, o fabrico de maiores quantidades está em cima da mesa.
Vimos até alguns efeitos com os quais nem sonhávamos, como vizinhos a fornecer chá quente de manhã aos hóspedes e coisas do género. Além disso, os funcionários da cidade foram sempre muito positivos em relação ao projeto, o que nos ajudou muito. E depois há muitos daqueles pequenos momentos em que se trabalha nos ninhos na cidade e as pessoas vêm dizer obrigado.
Florian sobre a reação das pessoas às cápsulas.
Apesar de um projeto solidário muito pertinente e consciente, apenas está disponível, em número limitado, no inverno.