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Arábia Saudita quer construir uma cidade futurista, sustentável, numa linha de 170 km

A ideia é simplesmente incrível e com uma aura de ficção científica. Contudo, onde há muito… muito dinheiro, os impossíveis têm um preço e a Arábia Saudita está disposta a pagar esse valor. Basicamente é uma linha de 170 km que será ladeada por muros de vidro, onde no meio estará a mais sofisticada civilização do planeta.

The Line é o nome da cidade que terá prédios enormes, transportes do mais moderno que existe e que será totalmente sustentável. O vídeo da apresentação dá conta de uma ideia… visão arquitetónica!


No ano passado, o governante do Reino da Arábia Saudita, o Príncipe Herdeiro Mohammed bin Salman, anunciou a sua grande visão de construir The Line, ou “A Linha”, uma cidade linear com arranha-céus que correm quilómetros e abrigam milhões de pessoas.

O The Wall Street Journal viu agora os planos e documentos para o desenvolvimento deste incrível projeto e revelou detalhes de como a cidade irá ser na realidade.

The Line…

Quando falamos na Arábia Saudita, falamos num dos maiores exportadores de petróleo bruto do planeta. Contudo, o país sabe que o mundo está a mudar e desde há uns anos que começou a procurar diversificar a sua fonte de rendimento. Sobretudo porque os países começam a pensar já na vida sem a dependência dos combustíveis fósseis.

Entre os seus planos para o fazer, está a construção de um centro económico no “hub do mundo”, onde mais de 40% da população mundial pode chegar através de avião, num voo de apenas algumas horas.

A própria cidade está a ser concebida para utilizar sistemas de trânsito subterrâneo de alta velocidade que, de ponta a ponta, demorarão apenas 20 minutos de viagem. A natureza linear da cidade irá retirar a necessidade de transporte pessoal e os problemas que afligem as cidades atuais.

Como será a cidade de outro mundo construída na Arábia Saudita?

De acordo com os recentes documentos internos revistos pelo WSJ, os dois edifícios que funcionarão em paralelo terão 487 m de altura e serão apelidados de Linha do Espelho. Em comparação, o Empire State Building tem 443 m de altura. Além disso, a diferença é que os arranha-céus na cidade The Line estarão colocados ao longo dos 170 km, estendendo-se pelo deserto, montanha e terrenos costeiros.

Os edifícios de ambos estarão colocados em ambos os lados da linha. Entre eles haverá passagens. Por outro lado, esta ideia também contempla agricultura, que será vertical. Esta atividade foi incorporada no projeto para ajudar a alimentar os residentes da cidade.

Na zona costeira, foi planeada uma marina para iates. Também foi pensado um estádio desportivo a ser construído a 304 metros acima do nível do solo. Este destina-se ao entretenimento da população. Haverá também cinemas, teatros, centros comerciais e restaurantes um pouco por toda a parte da cidade.

O plano ambicioso de construir uma nova cidade no meio do nada para atrair pessoas e investidores de todo o mundo deverá custar ao tesouro do Reino um bilião de dólares. No entanto, as finanças podem não ser os maiores obstáculos que o projeto enfrenta.

Os desafios para a futurista cidade The Line

O mundo mudou muito com a pandemia. As pessoas passaram tempo demasiado enclausuradas e as restrições mudaram os hábitos e mesmo os prazeres da vida. Como tal, os responsáveis pelo projeto estão com dúvidas.

Após o tempo de confinamento, as pessoas deixaram de querer permanecer em arranha-céus. Além disso, os fluxos de água, as linhas aquíferas estarão num plano subterrâneo na linha. Mas há outros desafios, conforme mostra o vídeo em cima.

Os edifícios altos também constituem um obstáculo no caminho de milhões de aves migratórias que utilizam os corredores todos os anos. Mais, segundo o WSJ, este projeto obrigará a deslocar comunidades tribais que vivem na área. Pessoas que estão já a ser tiradas à força.

Os problemas não se ficam por aqui. A escala do projeto exigirá também a utilização de sistemas autónomos para a colheita e agrupamento de vegetais, enquanto que as cozinhas e cantinas partilhadas serão necessárias para alimentar os trabalhadores. E essa mão de obra também não é fácil de gerir para um projeto tão ambicioso.

A curvatura da Terra apresenta problemas na construção da cidade, que está planeada com módulos de 762 metros. No entanto, o maior desafio seria a rapidez com que isto poderia ser feito. No ano passado, um relatório de avaliação de impacto afirmou que o projeto poderia ser concluído em cinco décadas. No entanto, o visionário do plano, o Príncipe Herdeiro, quer que este seja concluído até 2030.

A construção está nas mãos da empresa Neom, que tem como Presidente da Administração o Príncipe Herdeiro Mohammed bin Salman.

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