A tecnológica norte-americana, Google, disponibilizou recentemente a última versão beta do Android Q, a próxima versão do sistema operativo para os smartphones Android com várias novidades no seu seio. Além disso, a empresa decidiu apurar a popularidade de uma delas com base nas versões de teste.
De acordo com a empresa, os utilizadores continuam a preferir os tradicionais botões de navegação.
O estudo divulgado recentemente pela Google no Android Developers Blog versa sobre os hábitos de utilização nos smartphones Android. Mais concretamente, sobre a metodologia preferencial para navegação pelo dispositivo e respetiva interface. As conclusões mostram uma clara preferência e tradicionalismo.
Gestos vs botões de navegação nos smartphones Android
Sendo um dos pontos cruciais do novo Android Q, o sistema de navegação por gestos foi alvo das atenções da empresa. Como tal, a mesma deu a conhecer vários motivos para o seu desenvolvimento e implementação, na esperança de melhorar a utilização dos smartphones Android.
Ao passar para um modelo de gestos para navegação no sistema, podemos providenciar mais espaço de ecrã para a apps e assim proporcionar uma experiência mais abrangente. Declarações feitas por Allen Huang e Rohan Shah, da Google.
Ainda que as vantagens dos gestos de navegação sejam inquestionáveis – o facto de libertarem área de ecrã – isso não significa que sejam uma solução popular. Aliás, tampouco significa que sejam a implementação mais rápida, simples e conveniente para a maioria dos utilizadores de smartphones Android.
Como implementar os gestos no Android Q?
Para que sejam algo natural e intuitivo. Isto é, para que não obriguem o utilizador a aprender todo um novo sistema. Tudo isto para que seja simples utilizar o dispositivo móvel, sobretudo quando já utilizamos os botões de retroceder há cerca de uma década. Portanto, a Google tem que encontrar uma solução equilibrada.
A prioridade foi otimizar o gesto para retroceder uma vez que este é o tipo de navegação mais utilizado. Já os demais, como as apps recentes e navegação dentro das pastas, são menos utilizados.
Desse modo, começamos a trabalhar no sentido de perceber como é que os utilizadores seguram os seus smartphones. Isto é, de que forma os agarram e de que forma os seus dedos assentam no ecrã. Em seguida, acompanhamos os gestos e movimentos dos mesmos para analisar vários pontos. Desde os eixos de navegação e arrasto, à rapidez de utilização, bem como a ergonomia, entre outros.
A equipa da Google analisou ainda a velocidade de aprendizagem dos utilizadores de smartphones Android perante um novo sistema. Assim sendo, apuraram que, por norma, existem certas áreas de conforto, bem como localizações ideais para os botões, ou início de gestos. Algo ilustrado nos gráficos acima.
O estudo dos hábitos de utilização pela Google
Tal como o comprova este estudo, o gesto de retroceder é a ação mais comum. Assim sendo, a Google aprimorou os gestos de navegação no Android Q, para que seja possível retroceder a partir de ambas as laterais do ecrã. Algo que na prática tornará mais expedita a execução de um dos comandos mais comuns.
Ainda assim, a Google admite que a implementação de gestos similares aos do iPhone teve um custo. Isto é, acabou por ter que abdicar de alguma rapidez no acesso às apps recentes, dando prioridade ao gesto para retroceder. Veja-se que o gesto de deslize para cima demora mais do que carregar num botão.
O ponto mais peculiar deste estudo, contudo, acaba por ser a preferência pelo sistema tradicional. Ainda que os gestos libertem mais ecrã, a ergonomia e rapidez do sistema convencional é inquestionável. Algo que acabou por se tornar óbvio no estudo levado a cabo pela Google junto dos utilizadores de smartphones Android.
Partindo de uma escala de 0 a 6, os gestos de navegação no Android Q tiveram uma pontuação de 5,39 em ergonomia. Já os botões de navegação, tradicionais, tiveram 5,78, mostrando-se assim superiores. No entanto, existem outras métricas também a ser tidas em conta.
Os gestos são melhores para navegação com uma só mão
A Google apurou ainda que os utilizadores preferem os gestos de navegação ao utilizar os smartphones Android com uma só mão. Considerando que esta solução lhes permite fazer mais, sem ter receio de deixar cair o dispositivo móvel, este acaba por ser o trunfo do novo sistema de navegação para o Android Q.
Além disso, o estudo apurou que os utilizadores se adaptaram rapidamente ao novo método. Na maior parte dos casos, entre 1 a 3 dias é quanto basta para alguém aprender, dominar e habituar-se aos gestos. Aliás, a maioria dos inquiridos, após se ter ambientado aos gestos, não quis voltar para o sistema dos 3 botões.
A Google apurou ainda que, apesar do impacto inicial, passado algum tempo a experiência tornava-se bastante positiva. Mesmo assim, a empresa reconhece que o sistema tradicional proliferou durante vários anos e que continuará a ser uma opção. Contudo, a aposta da gigante passará sobretudo pelos gestos.
Agora, resta-nos aguardar pela distribuição oficial do Android Q durante o verão.
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