A Amazon já não está sozinha na pretensão de utilizar drones para efectuar entregas.
Em 2013, uma das notícias de final de ano que aqui deixámos, tinha o título “Encomendas transportadas por drones – este é o Futuro!”. Na altura referíamos que a Amazon teria em fase de testes drones, apelidados de “Amazon Prime Air”, capazes de efectuar entregas de encomendas de pequenas dimensões em apenas 30 minutos, num raio de 16km.
A ideia foi aplaudida por algumas pessoas, mas ridicularizada por tantas outras. Contudo, o título que utilizámos na altura ganha agora maior expressão com a revelação da Google: também ela tem o seu projecto de entrega de encomendas através de drones, o Project Wing.
De acordo com a BBC e o The Atlantinc, a equipa do Google X encontra-se há dois anos a trabalhar no Project Wing, ou Projecto Asa, em português, cuja ideia base é a entrega de encomendas através de drones, tal como a Amazon já havia anunciado no final do ano passado, pela voz do seu CEO Jeff Bezos.
Este projecto foi divulgado pela própria Google, que ontem ao final do dia partilhou no YouTube um vídeo que exemplifica como poderão funcionar estes drones e esta nova forma de entregas.
Este projecto tem como foco principal a ajuda em cenários de catástrofe, sendo que através dos drones, as ajudas de mantimentos, por exemplo, poderiam ser feitas de uma forma mais célere. Contudo, a hipótese de ser um auxílio às entregas de encomendas, tal como a Amazon idealiza, não é colocada de parte e é também um dos seus objectivos.
Even just a few of these, being able to shuttle nearly continuously could service a very large number of people in an emergency situation, referiu Astro Teller do Google X’s à BBC.
O drone consiste num veículo de 1,5 metros com quatro hélices e um motor eléctrico e que pesa cerca de 8,5 quilos, que pode descolar e aterrar facilmente em qualquer tipo de terreno, sendo que o peso máximo que este drone pode transportar, neste momento, é de apenas 1,5 kg, o que obviamente ainda é um peso limitativo. Este veículo vem equipado com GPS, câmaras, rádio e um sensor de medição inercial composto por acelerómetros e giroscópios.
Nick Roy do MIT é o líder deste projecto, que inicialmente começou por ser concebido com o intuito de entregar desfibriladores de uma forma mais rápida a quem estava a sofrer um ataque cardíaco, contudo esta ideia revelou-se de difícil aplicabilidade por implicar integração com os serviços de emergência médica.
Tal como a Amazon, também a Google está com alguma dificuldades em colocar os drones a circular no espaço aéreo norte-americano, sendo que os testes estão neste momento a decorrer na Austrália. Contudo, o poder de influencia da Google é enorme e a empresa sente-se optimista para que os testes se iniciem nos Estados Unidos, dadas as negociações intensas com os reguladores do país.
But so far in the conversations we’ve had over the last two years, and more intensely over the last couple months with regulators, I’m cautiously optimistic that everyone wants the same thing, disse Teller ao The Atlantic.