O confinamento provocado pela pandemia COVID-19 levou a que muitas pessoas comprassem equipamentos tecnológicos destinados a trabalho, estudo e lazer. No entanto, há agora notícias de que milhões de Chromebooks comprados durante a pandemia estão a apresentar falhas.
No mercado existem várias opções de computadores portáteis. Mas durante a pandemia, muitos consumidores optaram por comprar modelos de Chromebooks, muito devido ao seu preço mais acessível e também porque acabavam por ser uma das melhores opções para tarefas escolares, nomeadamente aquelas necessárias para o formato telescola.
Mas parece que a vida útil dos Chromebooks é muito curta…
Chromebooks vendidos na pandemia começam a falhar
De acordo com um estudo realizado pelo US Public Interest Research Group Education Fund, embora à primeira vista os Chromebooks sejam opções mais baratas, a verdade é que têm um curto tempo de vida útil. São também caros para arranjar e ainda menos sustentáveis do que outras opções. Neste sentido, no final o valor investido acaba por ser maior do que o preço do produto. Neste caso podemos mesmo dizer que o barato sai caro.
O relatório foi divulgado três anos depois da pandemia, altura em que muitas pessoas e escolas compraram destes portáteis mais baratos para os alunos estudarem a partir das suas casas. E numa grande parte dos casos foram então comprados Chromebooks.
Mas muitos destes computadores estão então a apresentar problemas e uma das maiores reclamações dos utilizadores é a reparabilidade. Isto porque são máquinas impossíveis de atualizar e muito difíceis de consertar comparativamente a um computador com Windows.
Por sua vez, as peças são difíceis de conseguir, o que as torna mais caras. As informações indicam que os ecrãs, dobradiças e teclados são os mais difíceis de conseguir. E estas três peças acabam por ser as que mais se desgastam com o uso escolar.
Teclado custa quase metade do Chromebook
Os investigadores indicam que quase metade dos teclados compatíveis com chromebooks Acer estavam esgotados. E os disponíveis custavam cerca de 89,99 dólares, o que é quase metade do valor do computador. O relatório diz que:
Esses altos custos podem fazer com que as escolas reconsiderem os Chromebooks como uma estratégia de economia de custos.
Além do hardware, os problemas de software também estão a deixar os consumidores desanimados com a compra. Isto porque as atualizações automáticas dos Chromebooks são mais curtas do que o desejado. Apesar de a Google garantir 8 anos de atualizações automáticas, essas começam oficialmente quando a empresa certifica um Chromebook e não quando uma escola o recebe. Segundo o relatório, quando o computador chega à escola, é comum que essas atualizações já só sejam garantidas por “quatro a cinco anos”.
O relatório do estudo alerta ainda que “quando o software expira alguns anos após o uso de um dispositivo, as escolas ficam com equipamentos inseguros que acabam por se tornar lixo eletrónico. Isso cria a necessidade de comprar ainda mais Chromebooks”.
A revenda destes equipamentos fica assim mais difícil, mas se não os venderem, as pessoas ficam com equipamentos inutilizados em casa ou ainda têm que pagar para os reciclar. O relatório acrescenta que a Google deveria facilitar a instalação de outros sistemas operativos nos Chromebooks, como o Linux.