Pplware

BITalino – O kit de desenvolvimento low cost português

O Pplware é media partner da Maker Faire que vai realizar-se de 19 a 21 de Setembro no Pavilhão do Conhecimento. Este é o primeiro/um dos vários projetos de que vamos falar ao longo das próximas semanas. Fiquem atentos às novidades!

Pouco maior do que um cartão de crédito, o BITalino é um conjunto de hardware de baixo custo e software livre, alinhados com o movimento “faça você mesmo”, e que possibilitam a qualquer pessoa criar projectos e aprender a utilizar os sinais do seu corpo para as mais variadas aplicações.

O kit de base possui sensores para medir sinais do coração, músculos, sistema nervoso, movimento e luz ambiente, incluindo ainda um microcontrolador, Bluetooth, um módulo de carregamento e todos os acessórios necessários para começar a trabalhar.

“Mais um cartão de visita de um povo inventivo e capaz de competir à escala mundial”, é assim que Hugo Plácido da Silva gosta de ver o seu mais recente projecto BITalino. A conceituada revista WIRED reconheceu aliás isso mesmo, quando em Maio, juntamente com o também Português Printoo, o incluiu no contingente que está a “arrasar”.

Concebido a pensar inicialmente em makers (ou engenhocas) e estudantes, o BITalino tem algum paralelo com os famosos Arduino ou Raspberry Pi, mas nas palavras do seu criador “é muito mais do que isso; é uma plataforma que se pretende human-friendly e que, dependendo da utilização pretendida não requer conhecimentos de electrónica ou de informática”.

A verdade é que o BITalino é hoje utilizado por artistas, empresas, universidades, e pessoas das mais diversas áreas. Passou menos de um ano desde que foi lançado, e já existem mais de 1000 unidades a “viver literalmente em todo mundo… só para referir alguns dos sítios mais remotos, temos utilizadores nas Filipinas, Ilhas Maurícias, Nova Zelândia, México, Singapura, mas neste momento a lista de países já é bastante extensa”.

“Para ilustrar melhor a loucura em torno do BITalino, no Chile por exemplo houve uma universidade que organizou uma espécie de Maker Faire exclusivamente dedicada a projectos feitos com o BITalino“. E já são muitos os projectos que utilizam estas “tecnologias que as pessoas normalmente associam aos hospitais e a processos muito complicados, mas que na verdade são simples”, tais como uma sala interactiva que reage ao estado emocional do visitante, um guiador de bicicleta que mede a frequência cardíaca sem ser necessário colocar nada no corpo do ciclista, ou um drone controlado pelos sinais dos músculos.

A equipa dificilmente conseguirá esquecer o dia em que teve o primeiro BITalino a entrar no MIT, ou as vendas para os centros de desenvolvimento da Intel e da Samsung; “ver uma `carolice` 100% nacional a entrar em locais de referência mundial é algo absolutamente indescritível“. Além destas conquistas, a equipa tem também um grande respeito pela comunidade, ou “família BITalino” como lhe chamam.

Desde modelos para impressão 3D a APIs de programação, passando por exemplos e guias de utilização, “neste momento existem dezenas de pessoas em todo o mundo a contribuir para que o BITalino seja uma plataforma cada vez melhor, e isso é uma honra para nós”.

Hugo, que é co-fundador da tecnológica Portuguesa PLUX – Wireless Biosignals e investigador no IT – Instituto de Telecomunicações, vê também o BITalino como um caso de sucesso na relação entre academia e indústria, e um excelente exemplo de investigação com utilidade prática, defendendo que “só com `BITalinos` conseguiremos ter um sistema científico-tecnológico mais sustentável, ainda que para isso seja necessária uma mudança profunda de mentalidades a vários níveis“.

Além do crescimento quase viral, o BITalino já arrecadou várias distinções. Foi um de apenas 10 projectos em todo o mundo seleccionados para a semi-final do Engadget Insert Coin 2013, destacado pelo The New Zealand Herald como uma das tecnologias favoritas de 2013, e eleito em 2014 como uma das 14 apostas e uma das top 10 inovações respectivamente pelo Diário de Notícias e pelo Expresso.

Quanto a planos para o futuro, Hugo reconhece que “durante este ano toda a equipa fez um esforço absolutamente incrível para ouvir e responder aos pedidos comunidade”.

O hardware e software sofreram melhorias significativas, foram criados vários acessórios, foi lançado um kit de custo mais reduzido ainda, entre muitas outras coisas, no entanto revela que “apesar de já termos conseguido chegar longe ainda mal começámos, e vão chegar várias surpresas em breve”.

O projecto BITalino vai estar presente na  montra de criatividade e inovação Maker Faire .


Homepage: BITalino

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