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As cassetes estão de volta e até grandes nomes da música se renderam

Billie Eilish, Harry Styles ou The Weeknd, são alguns dos grandes nomes da música que, nos últimos tempos, lançaram álbuns num formato desconhecido para muitos. Pois é, as velhinhas cassetes estão de volta e a conquistar um nicho de mercado.


A cassete foi inventada pela Philips em 1962

Nos últimos anos, algo inesperado tem acontecido no mundo da música: o regresso das cassetes (também conhecidas como k7). Numa era em que a música digital e os serviços de streaming dominam, muitos questionam o motivo pelo qual as k7 estão a voltar.

Este formato, que atingiu o auge da popularidade nas décadas de 70, 80 e 90, caiu em desuso com a chegada dos CDs e, posteriormente, com o advento da música digital. Contudo, as cassetes ressurgem, apelando a uma nova geração de consumidores e aos nostálgicos que viveram a era dourada deste formato.

A nova vaga de consumidores de cassetes é, em grande parte, composta por jovens adultos e adolescentes que não cresceram com este formato, mas que estão a redescobrir o fascínio de ouvir música numa fita magnética.

Para muitos, o regresso das k7 é uma forma de se conectarem com uma época em que a música era mais tangível e pessoal. Num mundo digital onde tudo é instantâneo, as cassetes oferecem uma experiência física: a sensação de manusear a fita, de colocá-la num walkman ou num leitor de cassetes, e até de ouvir o som característico de “rebobinar” e “avançar”.

Além disso, as cassetes oferecem uma experiência auditiva única. Ao contrário do som cristalino das gravações digitais, as cassetes apresentam uma qualidade de som mais “crua”, com um toque de distorção e ruído de fundo que muitos consideram mais autêntico.

Para os fãs de música, especialmente de géneros como o rock, o indie ou o punk, a textura sonora das cassetes adiciona uma camada de profundidade à música, oferecendo uma experiência menos perfeita, mas mais real.

Para além disso, há também um forte apelo colecionável. Em muitos casos, as cassetes são lançadas em edições limitadas, com capas artísticas exclusivas e até fitas de várias cores, o que as torna objetos desejáveis para colecionadores. Estes novos lançamentos não são apenas relíquias do passado, mas sim produtos contemporâneos lançados por bandas e editoras independentes que apostam no formato.

As editoras independentes

Embora as grandes editoras ainda apostem fortemente no formato digital, as editoras independentes estão a liderar o regresso das cassetes. Muitas bandas e artistas veem nas cassetes uma maneira de se diferenciarem e de criarem um vínculo mais íntimo com os seus fãs.

De facto, para muitos artistas emergentes, as cassetes oferecem uma forma acessível de lançar música, uma vez que a sua produção é significativamente mais barata do que a de vinis, por exemplo. Para os fãs, comprar uma cassete de uma banda favorita é uma maneira de apoiar diretamente o artista e de possuir um pedaço físico da sua música.

Estórias sobre as cassetes

Apesar de a maioria das pessoas associar as cassetes ao passado, há várias curiosidades que mostram a importância histórica e cultural deste formato.

  1. Invenção e Popularidade: as cassetes compactas foram introduzidas pela Philips em 1963 como uma alternativa portátil aos discos de vinil e rapidamente se tornaram um dos formatos mais populares para armazenar música. Nos anos 80 e 90, as cassetes dominavam o mercado, sendo usadas tanto para a compra de álbuns como para gravações caseiras.
  2. A revolução “mixtapes”: as cassetes também desempenharam um papel crucial na cultura musical através dos mixtapes. Eram compilados pelos próprios ouvintes, que selecionavam as suas músicas favoritas para gravar numa fita. Criar e trocar mixtapes entre amigos tornou-se uma prática comum, e este fenómeno foi um precursor das atuais playlists digitais.
  3. Durabilidade: Embora muitos pensem que as cassetes são frágeis, elas têm uma durabilidade impressionante. Algumas fitas, quando bem conservadas, ainda funcionam perfeitamente depois de mais de 30 anos. Além disso, as cassetes eram frequentemente reutilizáveis, permitindo que os ouvintes gravassem por cima de conteúdos antigos.
  4. Walkman e portabilidade: outro marco importante na história das cassetes foi o lançamento do Sony Walkman em 1979, que permitiu que as pessoas ouvissem música em qualquer lugar. O Walkman tornou-se um ícone cultural e um símbolo de liberdade, permitindo que a música fosse levada para o dia a dia de forma portátil.
  5. O efeito nostálgico: hoje em dia, parte do apelo das cassetes reside no seu valor nostálgico. Para muitos, segurar uma cassete evoca memórias de juventude, de um tempo antes da internet e dos smartphones. Essa nostalgia é um dos principais motores do ressurgimento das cassetes, especialmente entre as gerações mais velhas.

O mundo moderno

Embora as cassetes não estejam nem perto de rivalizar com o streaming ou com o formato digital em termos de popularidade, o seu retorno é inegável.

Vendas de cassetes aumentaram de forma constante nos últimos anos, especialmente nos Estados Unidos e no Reino Unido, onde vários artistas populares, como Billie Eilish e The Weeknd, lançaram álbuns em formato de cassete.

Este renascimento também pode ser visto como parte de um movimento mais amplo que valoriza a experiência física da música. Da mesma forma que os vinis fizeram um regresso surpreendente, as k7 estão a conquistar um lugar de destaque junto de consumidores que procuram algo mais do que música digital imediata e sem forma física.

 

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