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Análise: HP Pavillion dv2

Lançado há alguns meses, o Pavillion dv2 é a aposta da Hewlett-Packard para um novo mercado algures situado entre os netbooks e os elitistas ultra-portáteis. O Pplware traz-lhe hoje uma completa análise a este interessante computador.

O HP Pavillion dv2 foi o primeiro portátil equipado com o processador AMD Athlon Neo, a resposta da Advanced Micro Devices ao sucesso do Intel Atom nos pequenos portáteis. O Neo parece talhado para computadores ligeiramente maiores que os vulgares netbooks, com uma performance superior e ligeiramente mais caros. Mas como se sairá num teste da “vida real”?

O Portátil – Dentro da caixa Como é apanágio dos recentes modelos de computadores portáteis HP, o Pavillion dv2 apresenta-se com linhas discretas, um aspecto baço mas elegante e uma qualidade de construção de padrões elevados. Tudo no dv2 parece tão compacto que quase nos apetece atirá-lo ao chão e ver se se mantém no sítio. No aspecto, de resto, será um primo afastado do Dell Mini 12, mais vocacionado para a moda, é certo, com o bonito e distinto padrão prateado aplicado no interior. O que há por baixo do “capot”?

Este é portanto, a nível de especificações técnicas, um portátil muito completo, capaz de correr sem problemas o Windows Vista Home Basic com que vem equipado por padrão.

Ergonomia Um pequeno parêntesis: A primeira vez que tirei o Pavillion dv2 da caixa, foi um caso sério para descobrir como ligar a máquina. Fiel aos meus padrões ultrapassados de que o botão de standby era sempre colocado acima do teclado, o discreto botão de deslizar na lateral direita passou-me totalmente despercebido. Uma ideia inovadora a que o utilizador rapidamente se habituará.

Ligado então o portátil, novo problema de usabilidade. O touchpad do Pavillion dv2, com o seu aspecto espelhado, não é tão suave nem tão deslizante quanto seria de esperar e as primeiras utilizações poderão ser de alguma forma frustrantes. Será que estou a fazer demasiada força? Terei as mãos gordurosas? Não adianta lavar as mãos mas, com o hábito, tornar-se-á menos cansativo levar o cursor ao destino.

Nem tudo é mau, é certo. Os botões do rato são largos e espaçosos e a HP lembrou-se de incluir um útil botão para bloquear o touchpad logo por cima deste. Também o teclado, com 92% das dimensões padrão e teclas ligeiramente côncavas, tem uma curva de aprendizagem hábito relativamente curta – embora não lhe recomende que tente escrever às escuras nos primeiros tempos.

Para terminar, nota positiva tanto para o generoso número de entradas e saídas do Pavillion dv2 (não é todos os dias que se vêem 3 portas USB, HDMI e VGA-out num pequeno portátil) como para a sua colocação, nas laterais, sem portas de difícil acesso na traseira.

Quase me esquecia! O que é que aquela coisa ao lado do portátil na imagem acima? É um gravador externo DVD±RW Double Layer com tecnologia LightScribe. Vem junto com o portátil mas tudo o que desperta em mim é precisamente… esquecimento. Sim, está bem, eles dizem que é compacta, prática (?), que se liga facilmente ao computador com um simples cabo USB e cabe facilmente numa bolsa de viagem. Mas, lembra-se da reacção do público em geral quando a Apple sugeriu a utilização da SuperDrive em conjunto com o MacBook Air?

Certo, estará você a pensar, no caso do HP, a drive é “oferecida”, já no MacBook Air, eu tenho que a comprar à parte! É verdade. No entanto, tendo em conta que o principal objectivo dos pequenos portáteis é precisamente a portabilidade, ninguém vai querer andar com uma drive externa que tem praticamente metade do tamanho do computador. Além disso, a maioria dos utilizadores compra um netbook para uso secundário, fora de casa, e muito provavelmente, já terá um computador com gravador de DVD’s. Tudo isto para dizer que, se este “gravador externo DVD±RW Double Layer com tecnologia LightScribe” fosse opcional, e isso me permitisse retirar, digamos, 50 ou 75 euros ao preço final do computador, não seria de todo um mau negócio.

Performance O novo processador da AMD consegue, tal como anunciado, resultados bastante bons face a outros portáteis desta gama. Isto traduz-se numa utilização suave, sem percalços ou lentidões em tarefas mais simples e a possibilidade até de jogar alguns dos seus títulos favoritos no Pavillion dv2, algo que será absolutamente impensável para a maioria dos portáteis entre a panóplia de modelos que adoptaram o rival Atom, da Intel. Os generosos 2GB de RAM, expansíveis até 4GB, serão o suficiente para compensar o peso de tarefas mais exigentes. Mas os louros não vão todos para o Neo, já que a placa gráfica ATI e o brilhante ecrã de 12.1 polegadas (1280×800 pixels de resolução) são a melhor companhia caso pretenda enveredar pelos exigentes caminhos da renderização 3D e da reprodução de vídeo.

De facto, o Pavillion dv2 mostrou-se à altura na reprodução de clip’s de vídeo com qualidade 720p, conseguindo manter uma leitura fiel, sem atrasos de maior na sincronia, ao mesmo tempo que o ecrã nos oferecia uma imagem de boa qualidade, com o contraste e saturação certos, visível de quase todos os ângulos. Também nos nossos testes de benchmarking, dos quais apresentamos no gráfico acima alguns dos resultados, este HP mostrou estar bem acima do “average Joe” dos netbooks actuais.

Para fechar este capítulo, há apenas a referir que o sobreaquecimento é, infelizmente, uma realidade no Pavillion dv2. Provavelmente consequência disso, este computador é também um pouco mais ruidoso do que seria desejável e do que é observável junto de outros modelos desta gama. Mesmo em repouso, sem estar a pedir muito do processador do dv2, as ventoinhas raramente têm descanso. Já a bateria de 6 células, portou-se bem, mas não extraordinariamente bem para o que seria de esperar de um portátil feito para o acompanhar de um lado para o outro (vide gráfico acima). Afinal, é sabido que ambientes quentes têm um efeito adverso na duração da bateria…

O Veredicto O HP Pavillion dv2 é um portátil em busca do seu próprio nicho. Se em termos de design e performance marca pontos acima da maioria dos netbooks, também não se inibe de o demonstrar no preço. Este será no entanto, e para já, uma das melhores opções para quem procura um meio termo entre os portáteis tradicionais e a recente onda de pequenos portáteis. O dv2 é capaz de conjugar, num portátil de 12 polegadas, a maioria das características que o utilizador comum procura num computador, o que inclui, obviamente, leveza e dimensões.

O bom: design inteligente e boa qualidade de construção; características técnicas e desempenho acima da média; capacidade do disco rígido para dar e vender (são 500GB num netbook!).

O mau: o aquecimento e ruído fora do desejável; duração da bateria pouco impressionante.


Mais Informações: HP Pavillion dv2

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