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Análise: ASUS EAH5870

O mercado dos processadores gráficos não está adormecido. Embora distante dos quentes confrontos de outrora o mercado apresenta constantemente propostas que elevam a realidade gráfica a níveis extraordinários. Recém chegada, a ATI Radeon HD5870 apresenta-se como a placa gráfica mais veloz de single GPU do mercado.

A ASUS disponibilizou-nos esta fantástica gráfica para que pudéssemos testar e apresentar-vos credenciais que tornam esta placa um “must have”. Nesta review vamos avaliar o seu desempenho em relação ao modelo high-end da família anterior, a HD4870.

Esta placa gráfica foi bastante aguardada, criou bastantes espectativas e traz-nos algumas novidades, grande parte delas já enumeradas aqui no Pplware.

Contudo, os principais recursos são:

Apresentação

O modelo que recebemos, embora nos tenha sido fornecido pela ASUS, é um modelo genérico e é exactamente igual ao modelo que todas as outras marcas distribuem, pelo menos para já. É apenas identificado como sendo ASUS por ter um autocolante no dissipador. No entanto esta review não poderá ser totalmente considerada genérica pois, como exclusividade da ASUS, temos acesso a uma aplicação chamada ASUS SmartDoctor que permite fazer o Voltage tweak tal como é anunciado na caixa do bundle.

Dito pela ASUS, esta “exclusive voltage tweak technology” conseguirá um aumento de desempenho de até 17%.

Relativamente ao bundle que nos chegou, traz apenas o essencial:

O bundle inclui também um cupão para adquirir (a partir de 03/Nov nos EUA ou 15/Dez na Europa) o anunciado Dirt 2 que, por alguma razão, foi retirado da caixa.

Galeria de fotos

Bundle:

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Esta placa gráfica vem totalmente camuflada de série estando assim bastante mais protegida para os utilizadores mais descuidados. Como se pode ver (fotos 6 a 10) tem um cooler em todo o seu comprimento em linhas direitas e discretas e duas entradas um tanto ao quanto esquisitas e desapropriadas ao restante design (foto 9) fazendo lembrar a frente de um muscle car.

Na lateral tem duas ligações para a alimentação PCI-E e uma pequena saída de ar junto das ligações das bridge crossfire (foto 8). As suas interfaces para o exterior são duas portas DVI, uma HDMI e uma DisplayPort.

Aqui não está presente a por S-Video. Há muito que a uso, desde que comprei uma GeForce4 MX440 em 2003. Em casa tenho um modulador que me permite ver em todas as TV’s, além de ter um receptor IrDA rs232 em cada TV. Pena as novas gráficas já não trazerem S-Video mas… é a vida. A era digital tem de reinar!

Placa gráfica desmontada:


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Olhemos agora para a gráfica desmontada. À primeira vista, dá a sensação que os componentes estão dispersos e o espaço não está bem aproveitado (foto 12, 13 e 19) porque, embora ainda não tenha referido, mas esta placa gráfica é enorme e por isso talvez pudesse ser mais pequena. É maior que a HD4870 em pouco mais de 3cm e tem tamanho semelhante à HD4870X2 e GTX295. À custa disso, até tive de tirar um disco rígido do sítio na minha caixa. Sou adepto de caixas de tamanho “normal” e cada vez mais estamos a assistir ao crescimento das dimensões que, a meu ver, está em regressão. Ah, uso uma Lian-Li PC7.

As memórias são GDDR5 Samsung (foto 16) e a sua frequência default é de 1250MHz (5000MHz DDR). Vamos poder ver abaixo, nas características, que a velocidade relógio que as memórias vêm de fábrica é de 1200MHz. Estamos portanto perante um modelo preparado para algum overclock.

Ao retirar o cooler reparei que a pasta térmica não estava nas melhores condições, ou seja, é possível observar (foto 15 e 16) uma zona, no centro do core, que tem a pasta térmica seca. É provável que essa seja a zona que mais aquece e por isso esteja mais degradada. De qualquer forma, não é normal que assim esteja em tão pouco tempo de vida. Sabemos também que esta placa gráfica passou por outras mãos antes de chegar a nós, portanto poderá não ter sido bem manipulada.

O cooler aparenta ser capaz de dissipar todo o calor na perfeição (foto 20 e 21). É de alumínio, tem uma base de cobre e é bastante maior que o cooler da HD4870 (até porque a HD5870 consome mais potência), tem 4 heat pipes (contra 2 da HD4870) e a ventoinha aparenta ser exactamente igual, silenciosa até 30% e a partir daí é um autêntico “tufão”, com ruído em tudo idêntico a um secador de cabelo. Existem ainda vários condutores térmicos para dissipar o calor das memórias e do circuito de alimentação (foto 13).

Comparação estética com a HD4870:


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Software

Junto com a placa gráfica há um CD de software que inclui duas aplicações exclusivas da ASUS:

Características dos componentes

Tal como referi no início, o desempenho da HD5870 vai ser comparado ao da HD4870. Para isso, apresento as diferenças das características de ambas as placas gráficas:

Repara-se facilmente que a HD5870 tem uma grande diferença de consumo entre o valor máximo e o valor mínimo. Isto deve-se ao facto de quando a placa gráfica não está em uso (em idle), as frequências de GPU/MEM desde para uns ínfimos 157/300 MHz.

O sistema usado nos testes foi:

 

GIF com imagens do CPU-Z

Vamos aos testes na página seguinte!

Benchmarks!

Para os testes de desempenho foram usados apenas benckmarks conhecidos, conceituados e com ferramenta para tal, portanto foram obtidos valores que são comparáveis por esta internet fora, tendo obviamente em conta o sistema que que foi testado. Não houve nenhum jogo que fosse jogado por mim e avaliado “à minha maneira”.

De modo a não analisar dados em demasia, todos os testes foram efectuados à resolução de 1680x1050px. Penso que está mais que debatida a diferença actual de desempenho nas diferentes resoluções que, como sabemos, cada vez é menor e já não é tido muito em conta para ter melhorias de desempenho.

São consideradas alguma abreviaturas, tais como “DX9”, “DX10” e “DX11” (correspondendo obviamente à versão do DirectX utilizada), “no AA” (sem Anti-Aliasing), “AA 8x” (Anti-Aliasing de 8x), “AF 16x” (Anisotropic-Filtering ou Texture Filtering de 16x), “OC” (placa gráfica em overclock), “High” e “VeryHigh” que se referem aos detalhes gráficos do testes.

Os valores da frequência usados em overclock foram de, para GPU/MEM, 930/1300 para a HD5870 e de 830/1080 para a HD4870. Em nenhum dos casos são valores exagerados ou levados os extremo, são apenas valores “confortáveis”. É óbvio que a HD5870 ficará à frente em todos os testes mas mesmo assim é bastante interessante vê-la “lado a lado” com a irmã mais velha.

Os resultados são expressos em FPS (frames por segundo) com excepção para os resultados do 3DMark 2006 e Vantage, que são expressos em pontuação própria. Valores mais altos correspondem a melhor desempenho.

E título mais badalado de todos os tempos no que diz respeito a testes de desempenho devido ao poderoso motor gráfico da Crytek. Fui usada a ferramenta “Crysis Benchmarking build-6115” com detalhes High e VeryHigh. Não foram efectuados testes em DX9 com detalhes VeryHigh devido a não ser nativamente suportado pelo  jogo. O “Time of Day” foi sempre 9. Os resultados são bem satisfatórios e torna-se agora possível jogar este prodígio de jogo em condições! A HD5870 é cerca de 50% superior à HD4870 em todos os testes. O ganho a overclock não é nada de especial mas ainda assim compensatório.

Aqui foi usada a ferramenta fornecida com o jogo. Todos os testes foram feitos com detalhes “UltraHigh” em DX9 e DX10. A HD4870 é completamente derrotado quando o teste é feito com Anti-Aliasing 8x. De notar que a HD4870 tem metade da memória da HD5870 (512MB para 1GB) e isso poderá ter alguma influência. Por estranho que possa parecer, estas placas gráficas conseguem melhor desempenho no Far Cry 2 em DX10. O overclock também neste caso pouco melhora o desempenho.

É um título mais recente mas é já também uma referência devido à sua ferramenta  de benchmark gratuita. Assistimos aqui a um jogo bastante mais leve que os anteriores. O desempenho é bastante atenuado com o AA ligado e a HD5870 aproxima-se demais da HD4870 neste caso. De notar que já é comum a crítica aos drivers da ATI que já têm a fama de serem “verdes” e pouco optimizados. Este poderá ser um desses casos.

Lançado recentemente, a 22/Out/2009, é o primeira ferramenta de benchmarking a tirar partido do DirectX 11. Há ainda pouca base para comparação de valores em DX11 já que apenas agora apareceram as placas gráficas que o aproveitam. Este teste foi feito em DX9 e DX10 para a HD4870 podem entrar na comparação, já que não suporta o DX11. A HD5870 ganha de larga vantagem, cerca de 120% superior, e é-lhe indiferente a versão do DirectX.

Já no DX11, agora exclusivo da HD5870, o desempenho é ligeiramente menor que nas outras versões do DX. O overclock aqui nada faz e o AA ataca fortemente o desempenho.

Notou-se aqui alguma imperfeição na renderização dos objectos. Será provavelmente defeito dos drivers. Brevemente será possível comparar estes valores com outras placas gráficas, nomeadamente da NVIDIA. Aguardemos pelo seu lançamento.

É sem dúvida a aplicação mais usada para este tipo de avaliações, pela Futuremark. Ainda actualmente se testa o 3DMark 2001SE com intuito de bater records mundiais. Aqui decidi apenas testar as duas versões mais recentes. A versão 2006 usa DX9 (tal como a versão 2005) mas introduziu as tecnologias HDR e Shadow mapping. Falamos agora de números mais “familiares” e vemos que aqui o overclock em ambas as placas gráficas já compensa, dando cerca de 1000 marks a mais na HD4870 e 1500 marks na HD5870.

A mais recente versão da Futuremark com suporte para DX10. Por último, neste 3D Mark considerei duas pontuações: a “pontuação P”, que é o modo de detalhes do teste e que engloba também o desempenho do CPU, e a “pontuação GPU” que é apenas relativa ao desempenho da placa gráfica.Considerando aqui a pontuação GPU consegue-se verificar a diferença, a meu ver, mais real possível entre a HD4870 e a HD5870, sendo a HD5870 cerca de 70% superior.

Consumo e temperatura

Com a ajuda de um wattímetro, verifiquei regularmente o consumo instantâneo de todo o PC, com as características mencionadas na 1ª página.

Verifiquei que o consumo:

Quanto a temperaturas, todas as definições de temperatura e frequência de ambas as placas gráficas estavam em default.

A HD5870 revela-se mais quente em full load (82ºC contra 73ºC da HD4870) e bastante mais fresca em idle (39ºC contra 57ºC da HD4870). A HD5870 é bastante mais fresca em idle porque, como já foi dito, a sua frequência de GPU e memória baixam bastante, poupando assim batante energia.

Estes valores estão obviamente dependentes da temperatura ambiente, da qualidade do airflow da caixa e de outras condicionantes. De qualquer modo fica a ideia.

Apreciação final

Após todos estes testes é possível tirar imensas conclusões. Foquei os pontos mais relevantes mas muitas outras conclusões se podem tirar dos valores de todos os testes.

Pontos positivos:

Pontos negativos:

Conclusão

Estamos perante a melhor placa gráfica single GPU do mercado com suporte, agora, para DX11. Tem uma aparência diferente do que nos temos vindo a habituar, estando mais agradável. O desempenho é estonteante. Espera-se entretanto que várias marcas lancem versões próprias e melhoradas com velocidades de relógio mais elevadas. Na generalidade, com o profile automático, é bastante silenciosa, facto inédito de há umas gerações para cá.

Há realmente alguns problemas com os drivers mas espera-se que melhores novidades nos cheguem por parte da ATI.

Da minha parte, recomendo-a vivamente. No entanto, para quem como eu tem uma HD4870, a meu ver a velhinha ainda dá bem conta do recado e é satisfatória mesmo nos jogos mais exigentes, como no recente NFS Shift. No entanto será uma óptima compra.

NOTA: Foi meu objectivo tornar esta review clara e sucinta, não tendo abordado alguns pormenores que, mesmo assim, poderão ser do interesse de alguns visitantes. Dado isto, agradeço que coloque todas as dúvidas nos comentários ou use o nosso fórum.

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